segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Crônica - VIDA NO ESPELHO

Faz algum tempo jornais, revistas, programas de televisão e de rádio começaram a abrir, especialmente em época de festas, espaço para enaltecer e até discutir a vaidade masculina. Os homens – esses quase sempre preconceituosos – passaram a se interessar por produtos (alguns prometendo verdadeiros milagres que nunca se realizam) para retardar o envelhecimento, disfarçar as rugas, manter o cabelo sedoso e pintar os fios brancos, como se necessário fosse esconder a idade que é uma conquista do tempo.
Os homens passaram a assumir a vaidade que, sem exageros, é até saudável. Hoje os homens já não parecem ter tanta vergonha de dizer que usam um creme aqui, outro ali, e que frequentam salões de beleza para depilar o peito ou e arredondar sobrancelhas.Muitos procedimentos só eram supostamente permitidos e assumidos pelas mulheres que sempre fizeram desses cuidados e da vaidade exagerada uma espécie de bandeira de luta na conquista da beleza e em consequência na conquista desse mesmo homem que hoje disputa e divide com ela os mesmos cremes, a mesma preocupação com o estar bonito. Sem, essa de valorizar só a beleza interior:quem gosta de beleza interior é radiografia
Embora só agora esteja sendo discutida e a vaidade masculina sempre foi atuante e se não buscava cremes para disfarçar muitas coisas ( mesmo porque os cremes são, esses sim, uma novidade dos tempos masculinos modernos) havia outras buscas: os homens de, digamos, antigamente, não dispensavam uma cheirosa (às vezes nem tanto) loção de barba, um creme ou óleo ( quem não lembra do Glostora e do Gumex) para manter o topete sempre imponente. As velhas polainas também sorriam mais branco e as roupas eram bem talhadas (não havia tantas roupas prontas nas vitrines). Os bigodes estavam sempre bem cuidados e a cada vez que o homem olhava para um espelho era inevitável dar uma ajeitadinha torcendo o bigode, além de e passar o pente no cabelo.
O que mudou não foi a vaidade masculina. Nasceu uma nova preocupação com o manter-se bem fisicamente para estar parecer de todas as formas. O homem de hoje – e foi muito mais isso o que mudou realmente – perdeu (ainda bem) o preconceito contra ele mesmo e percebeu descobriu que cuidar do visual é cuidar da saúde e, portanto, se faz cada vez mais necessário.
Não há nenhum exagero em usar um creme ali outro aqui. Não pode existir nenhum tipo de vergonha em querer ser e estar belo: a conquista da beleza também é a conquista da vida. Quem se faz belo costuma ver a vida com mais beleza e engrandece como homem cada vez que se olha no espelho e o espelho reflete uma aparência saudável, alegre, cheia de uma bela disposição de vida. Cuidar da beleza é cuidar da vida.
* E a vida precisa sorrir sempre linda

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