sábado, 13 de fevereiro de 2010

Crônica - IDÉIAS DE BOTEQUIM

Quem não tem plano de saúde, nos perigosos (em todos os sentidos) dias de hoje, não tem absolutamente nada que lhe garanta um pelo menos razoável atendimento médico e muito menos a realização de qualquer tipo de exame. Ninguém consegue viver tranqüilamente diante de tudo o que acontece diariamente, no Rio de Janeiro e quem não tem a supostamente ampará-lo um plano de saúde menos, muito menos, tranqüilo está.
Mas a verdade é que, diante dos extorsivos, abusivos e vergonhosos preços cobrados pelos planos de saúde é impossível para qualquer assalariado (e conseqüentemente arrochado) da classe média manter um plano individual de saúde e muito menos para toda a família. Nos permitir acesso a um bom atendimento em relação à saúde é obrigação do estado mas é pura ilusão acreditar que, mesmo num futuro muito distante, o governo resolverá esse problema e dará ao povo o atendimento de saúde que precisa e merece, mesmo porque paga muito caro, através de impostos, por isso.
A preocupação com a saúde também é tema constante de conversas nos botequins da vida e dia desses surgiu uma idéia, na verdade mais um sonho, que pode vir a ser viável se houver interesse em resolver o problema. Se os planos de saúde têm lucros fabulosos, embora vivam chorando e dizendo o contrário, porque o governo não cria o seu próprio plano de saúde. Funcionaria mais ou menos assim: os assalariados da classe média pagariam uma mensalidade não muito alta (de acordo com o salário) e teriam o direito de atendimento médico em hospitais credenciados (exatamente como acontece com os milionários planos particulares) que receberiam o preço das consultas e das internações diretamente do governo, de acordo com a tabela da AMB, a mesma utilizada pelos planos de saúde. Assim o atendimento médico ficaria mais espalhado e deixaria mais vazios hospitais da rede pública para atender somente a chamada classe baixa, que também receberia uma carteirinha (afinal esse é o país das carteiradas e carteirinhas) para atendimento em hospitais da rede federal, estadual e municipal.
É claro que o papo e o sonho no boteco da esquina entusiasmou e não foram poucas as idéias surgidas diante da possibilidade de se ter no país um único,digamos, plano de saúde oficial. Que funcione
* Como nos botequins da vida nunca faltam idéias a conclusão é que o governo precisa frequentar os botecos. Afinal, nesse país só não se faz o que não se quer. E pelo visto, também em matéria de saúde, não se quer fazer nada

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