sábado, 20 de fevereiro de 2010

Crônica - ALÍVIO MERECIDO

Muitas vezes a gente vê uma pessoa andando apressadamente na rua, suando e até se contorcendo de desconforto e imagina mil coisas, provavelmente menos uma: tudo aquilo é resultado de, como se diz popularmente, estar apertado para ir ao banheiro buscar um merecido e necessário alívio. Nessas situações só nos resta procurar um botequim na esperança de encontrar um banheiro razoavelmente limpo. Mas raramente isso acontece: geralmente o balconista ou o arrogante dono do boteco diz que o banheiro está em obras (nunca está) e não pode ser usado e você volta a suar, apertado, desesperadamente. Quando isso não acontece o que te oferecem é um cubículo imundo no qual é preciso ser ginasta para fazer um xixi amigo. Xixi e olha lá: o resto nem pensar.
Uma cidade como o Rio na qual circulam em todos os bairros e diariamente milhares de pessoas deveria estar preparada para esse tipo de eventualidade e se é impraticável ter banheiros públicos ( eles são depredados pela própria população ou viram logo concentração de mendigos ou de marginais) o mínimo que se podia esperar era ter banheiros limpos e mesmo que privados (sem trocadilho) abertos ao público com boa vontade. É raro qualquer pessoa entrar em um boteco ou em um restaurante para usar o banheiro e ser recebido com gentileza, ou seja, sem aquele olhar punitivo do dono que parece dizer em tom severo: “Esse cara não vai gastar nada e ainda quer usar o meu banheiro de graça. Tá pensando que é casa da sogra”. Esse tipo de comportamento e de raciocínio mostra bem que nossos comerciantes não sabem lidar com o público. Eles deveriam orgulhar-se de seus banheiros limpos (sinal de que todo o resto do estabelecimento também é limpo), mas parecem se envergonhar da imundice que reina nos seus banheiros e certamente o resto do local.
Tudo indica que esse aperto terá fim: já existe lei municipal (que certamente não esta sendo cumprida, como tantas outras) que obriga bares e restaurantes a dar livre acesso ao público em seus banheiros que deverão estar sempre limpos para, enfim, servir a quem mais merece: o povo. O município promete fiscalizar (não fiscalizou nem os que disponibilizados no carnaval) o asseio dos banheiros e exigir limpeza total.
* Começando por limpar os banheiros talvez se consiga limpar toda a sujeira do município, do estado e do país. E não só aquela que a gente vê, mas principalmente a que a gente não vê, mas sabe que existe. E como...

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