Mesmo que não seja tão eficiente é o mais novo e mais bonito que costuma deslumbrar o desejo de consumo (e o outro também) da maioria das pessoas, sempre animadas com a possibilidade de trocar a velha geladeira ou o velho fogão por um novo e mais moderno mesmo quando essa modernidade e juventude não servem como garantia para nada. Temos sempre a ilusão de que o que é novo é melhor e por isso mesmo também temos a tendência de descartar o que consideramos velho e impróprio para uma boa atuação e, portanto, inútil.
Esse mecanismo renovador é muitas vezes desumano e incompetente na medida em que na maioria dos casos nos leva a descartar produtos (ou pessoas) que, com um simples retoque ou reparo, ainda podem ser muito úteis. Da mesma forma que a sociedade tem feito com velhos objetos faz com pessoas, principalmente com a maioria de idosos que ainda tem muita capacidade de ensinar e produzir, ou seja, de funcionar bem, mesmo com o inevitável desgaste do “motor”. Desgastado, mas nem por isso menos competente.
Quem quer livrar-se de velhos objetos só não o faz com mais assiduidade porque não tem como jogar fora a velha geladeira que acaba virando um trambolho em qualquer canto da casa. Como muitas famílias costumam fazer com seus velhos.
Agora a Comlurb tem um serviço de remoção de bugigangas e nada cobra para isso. É um bom serviço, mas seria muito mais competente se a Prefeitura criasse também pelo menos uma grande oficina na quais esses objetos (e muitas pessoas) pudessem ser recuperados para voltando a funcionar para serem doados às instituições de caridade. As instituições sempre precisam de mais uma geladeira, mais um fogão e de muitas pessoas ajudando no dia a dia Assim o novo serviço da Comlurb não seria apenas o de consideradas, até por conta do desgaste do tempo de uso, inúteis, um lixo. O mesmo processo de recolher e recuperar coisas antigas para um novo e importante período de funcionamento pode ser perfeitamente aplicado em relação aos idosos, que ainda podem prestar vários e bons serviços.
* Afinal é sempre possível e importante recuperar (e dar novas oportunidades) aos objetos. E principalmente às pessoas.
quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010
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