SAIBA AQUI COMO SURGIRAM AS ESCOLAS DE SAMBA

Grande parte da imensa platéia que acompanha ao vivo e pela televisão, o desfile das escolas desconhece a história de sua origem. Samba também é cultura. Anote aí: as Rodas de Samba surgiram em 1930 e no início eram discriminadas e consideradas caso de polícia. Foi o prefeito Pedro Ernesto (taí um bom e justo tema para enredo) que acabou com a perseguição e subsidiou pela primeira vez o samba. Na época a legislação não permitia esse tipo de subsídio, o que só foi possível porque o prefeito Pedro Ernesto, o primeiro a subir em uma favela (termo adotado pelo urbanista francês em 1928), institucionalizou as rodas de samba e pediu que adotassem um termo comum, nascendo assim o nome Grêmio Recreativo Escola de Samba, permitindo que Pedro Ernesto subsidiasse essas agremiações. O primeiro desfile oficial com julgamento aconteceu em 1935 e a Portela foi a primeira campeã. Na época os desfiles nos carnavais era basicamente uma apresentação da classe média com os corsos, os ranchos e as alegorias que se mostravam ao ritmo do frevo e maracatu. Surgiam também pessoas fantasiadas nas ruas e com elas os blocos de sujos, os concursos de fantasias e os bailes nos clubes e teatros. O desfile das escolas de samba só sofreu transformação radical a partir de 1960 quando o professor de artes Fernando Pamplona fez o Salgueiro desfilar de formar diferente e arrojada. Até então o samba enredo era sincopado e os passistas desfilavam soltos, sem alas agrupadas. Não havia carros alegóricos e os destaques desfilavam no chão. As escolas desfilavam como óperas e só ganharam as características de hoje quando Joãozinho Trinta deu um novo formato ao desfile com a Beija Flor. Alguns críticos acham que o samba-enredo passou a ser marcha-enredo. O samba é forte economicamente e estudos mostram que “a venda de ingressos nos dois dias de desfile e no desfile das Campeãs, equivale a três anos de venda de ingressos no estádio de futebol que mais fatura”. Isso também dá samba.