segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Crônica - VIVENDO E APRENDENDO A VIVER

Um dos maiores prazeres da vida é, experimente, o da leitura. Ler diariamente (mas não compulsivamente) é uma maneira perfeita, talvez a mais completa de todas de enriquecer e não necessariamente de dinheiro. Os livros nos permitem viajar em outros sonhos, os jornais e as revistas nos informam, nos orientam e muitas vezes nos oferecem belas crônicas de vida. Até bulas de remédio podem ser uma leitura enriquecedora, embora só devessem ser lidas por médicos para evitar maiores confusões e, em consequência, complicações de saúde.
Ler é fundamental. É maravilhoso criar o saudável hábito da leitura. Mas nada nos ensina mais, em termos de vida, do que uma boa conversa mesmo que seja rápida e com um desconhecido. Todo mundo sempre tem uma experiência para ensinar e uma boa lição para dar, ainda que não tenha consciência de que com uma simples frase ou um comentário despretensioso, esteja fazendo isso. Em qualquer lugar sempre haverá alguém, por mais humilde que possa ser para ensinar coisas interessantes e inteligentes.
Dia desses embarquei num taxi e imediatamente começou uma inevitável conversa com o motorista, um senhor que já deveria estar vivendo bem (trabalhou a vida inteira) com a aposentadoria, mas que ainda tinha a “sorte”, ao contrário da maioria dos idosos, de estar trabalhando. Comentei que estava indo fazer um exame médico porque tinha sido vítima de um câncer de mama, o que o deixou admirado porque, como a maioria dos homens, ele também não sabia que o câncer de mama pode ser masculino (abro um parêntesis para perguntar por que os médicos não orientam como fazem com as mulheres, os homens a fazer exames preventivos que possam livrá-los da possibilidade de perder a vida ou no mínimo uma das mamas). Acabei informando ao motorista que o câncer de mama masculino só dá, segundo as estatísticas, em 1% dos homens em todo o mundo. Admirado ele se limitou a fazer um simples, mas sábio comentário: “por que o senhor não joga sempre na loteria. Pode ser que o senhor caia no 1% que ganha”.
O aparentemente ingênuo comentário me mostrou que é sempre possível aprender com uma simples conversa e descobrir que se pode ver e enxergar todas as situações com uma visão diferente: pode e deve existir sempre pelo menos 1% de otimismo, de esperança, de alegria, de lucidez e de felicidade em tudo e para tudo na vida.
* Vivendo e aprendendo a viver

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