segunda-feira, 15 de março de 2010

CRÔNICA -- Homens de peito

Ainda bem: começam a ficar comuns as campanhas de prevenção contra várias doenças. Todo mundo sempre soube que é prevenindo que se evitam doenças e muitos outros problemas. Evitar as doenças ainda é a melhor maneira de diminuir as filas nos hospitais e assim, quem sabe, melhorar - e com urgência - a qualidade de atendimento.
Muitas doenças graves podem ser evitadas, ou pelo menos adiadas, com a prevenção com campanhas do governo e as públicas e feitas por associações médicas Esse tipo de campanha conscientiza o cidadão para a importância de verificar (é a chamada oferta de ocasião) se é portador do mal focalizado na campanha e se for da necessidade de tratar-se.
Mas tratar-se aonde se os hospitais públicos não têm a mínima condição de atender dignamente a qualquer tipo de paciente? Essa é outra vantagem das campanhas: no momento em que são realizadas elas abrem um importante canal de atendimento em hospitais públicos ou no mutirão de médicos estabelecendo assim a única maneira de alguém ser atendido num desses doentes hospitais ou até em praça pública.
São campanhas de todos os tipos que se repetem – é preciso repetir muito para criar consciência – a cada semana, a cada mês ou a cada ano. Uma das mais frequentes é a da prevenção do câncer de mama dirigida às mulheres. Ao excluir os homens desse alerta aumentas-se a crença popular (e “furada”) de que o câncer de mama só atinge mulheres. Mentira absurda e cruel porque acaba excluindo os homens de qualquer tipo de cuidado e prevenção, o que pode ser um fatal.
Câncer de mama dá, sim, nos homens e se é verdade que o número de vítimas masculinas é mínimo (fala-se em 1% dos casos no mundo), é possível que se os homens também forem alertados para a prevenção, esse um por cento seja reduzido para quase zero.
Eu também, com muitos homens, não acreditava que câncer de mama vitimava homens até que fui “premiado”. Se hoje sei que câncer de mama é também uma perigosa doença masculina estou também convencido que as campanhas dirigidas às mulheres deveriam abri um espaço - pequeno que fosse - – para alertar os homens. O sexo masculino também precisa saber da importância da prevenção contra uma doença supostamente feminina. Depois que a doença de se instala é preciso mesmo após a mastectomia (retirada da mama afetada), ter peito para enfrentá-la.
Poucos são os casos conhecidos de câncer de mana no sexo masculino: homem não faz, por vergonha ou por achar que essa é uma doença feminina (e, repito, não é não) exames preventivos (mamografia, sangue). Não me lembro de ter visto qualquer homem na televisão ou em qualquer outro veículo de comunicação falando sobre câncer de mama masculino não para orgulhar-se de ter enfrentado – e vencido – a doença, mas para alertar que os homens precisam estar cada vez mais conscientes de que o câncer de mama não é uma doença feminina. Aliás, as mulheres deveriam ser alertadas s alertar seus homens.
* Afinal câncer só não dá em poste

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