O que se diz por aí, até com uma exagerada convicção, é que “o cão é o melhor amigo do homem”. Não sei, não. Certo mesmo é que o homem é o pior amigo do homem: É ele que provoca as guerras, provoca a fome e faz de tudo (mesmo sendo chamado de animal racional) para infernizar o seu dia a dia. Quando um homem não presta o que se diz é que “fulano é um cachorro”. Olha aí uma vez mais a falsidade do homem: usar a frase, como é usada no sentido pejorativo me parece a verdade maior de mais uma mentira das muitas que o homem cria diariamente. Ou seja: o próprio homem não acredita que o “cão é o melhor amigo do homem”. Se acreditasse não usaria cachorro como um termo pejorativo, como xingamento, justamente para qualificar o ser humano que não presta que “morde”, que violenta as regras sociais sejam quais forem. Não sou, confesso, o melhor amigo do cão, mesmo porque o medo não permite que eu me aproxime tranquilamente de qualquer cachorro ou outro animal, por menor e mais “simpático” que possa ser e parecer. O medo é, aliás, um dos sentimentos que cerca a relação homem e cão. Mesmo aqueles que são criadores, que adoram cães e que fazem questão de desfilar orgulhosamente com verdadeiras feras pelas ruas têm medo do animal que criam, na maioria das vezes, com exagerados cuidados - cuidados que, aliás, não costumam ter com os semelhantes. Tudo bem que você, leitor, gosta do seu cachorro que o considera um fiel companheiro e se delicia quando ele balança o rabo para mostrar alegria. A questão não é gostar dos animais, mas sim aprender que algumas pessoas não gostam, por medo ou por outro motivo qualquer, e precisam ser respeitadas nesse sentimento. O respeito deve começar evitando sair pelas ruas carregando imensos cães presos em coleiras que devem ser insuportáveis, como é, aliás, qualquer tipo de aprisionamento. Menos mal aqueles que desfilam com seus cães em coleiras, mas há os que deixam os cães passearem, por maiores e mais perigosos que possam vir a ser, livremente pelas ruas, expondo a todos nós a um perigo desnecessário e absurdo. É verdade que os donos desses animais estão convencidos de que eles, os animais, jamais atacarão ninguém porque são inofensivos. Estão convencidos também de que seus cães são gente e aí é que é o pior. Os jornais estão repletos de notícias de cães mansinhos que arrancaram a orelha de um, o nariz do outro, a mão, o pé ou qualquer outra parte do corpo. Tenho medo, mas nada tenho contra eles. O que me parece é que deveria haver uma lei já que não há bom senso, que proibisse as pessoas de passearem com seus cães pelas ruas sem qualquer tipo de proteção para evitar acidentes mais graves como os que costumam acontecer muitas vezes. Momentos em que o homem é vítima de seu melhor amigo, o cão. O que não faz lá muita diferença porque, afinal, o homem costuma ser frequentemente, a sua própria e a maior vítima, quando, ao contrário do cão, que não tem esse privilégio, não pensa no que faz. O homem, convenhamos, tem pensado pouco.
* Se pensasse mais o mundo certamente seria melhor
sábado, 13 de março de 2010
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