sábado, 20 de março de 2010

CRÔNICA -- Imagem do tempo

A leitura diária dos jornais não surpreende. É todo dia a mesma coisa: a política que desanda (e como), violência que aumenta e ocupa cada vez mais espaço até nos jornais chamados nobres, corrupção que desacredita (e muito) o governo e faz novamente o medo vencer a esperança e não mais a esperança vencer o medo.
Não há fatos novos: são sempre os ligados a não a corrupção, violência, desemprego e a maldade que se comete com os mal pagos aposentados além, de mais e mais falsas promessas e falsas esperanças como tem sido, aliás, quase todas na história desse país que ainda assim, graças ao seu povo, resiste heroicamente. Até quando?
As novidades impressas nos jornais estão sempre em notas pequenas e que, na maioria das vezes, nem parecem interessar tanto assim ao leitor. Recentemente, por exemplo, li uma notinha em que se afirma que aumentou em 15% o número de horas que o brasileiro fica vendo televisão, apesar do preço da energia estar nos dando choques quase mortais. Isoladamente esses mais 15% diante da televisão podem não significar absolutamente nada a não ser mais gasto de energia elétrica, mas esse número é o reflexo de muitas outras coisas.
A televisão acabou transformando-se em uma das poucas formas de lazer de uma população que, por medo e por falta de dinheiro para divertir-se, não sai mais de casa e se faz cada vez mais prisioneira de si mesmo... e da televisão - de uma televisão que vive sendo criticada e desaconselhada e que na maioria das vezes não oferece realmente nada que possa melhorar o prazer e a cultura popular. Mas se não tem outro jeito a solução é mesmo ficar vendo televisão que diante desses mais 15% de tempo que o público perde diante dela, precisa também rever com urgência seus conceitos e descobrir, enfim, que sua responsabilidade é maior, muito maior, do que simplesmente a de fornecer lazer.
* Lazer é bom, mas também cansa

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