Quando crianças adoramos ouvir as histórias contadas pela vovó ou pelo vovô. Vamos crescendo e as histórias começam a ficar “um saco.” Na adolescência chegamos a fugir das histórias que vovô e vovó nos contavam com emoção e carinho.. Do vovô passamos a gostar de ouvir somente fatos que, na verdade e muitas vezes, nem são tão fatos assim, porque nos chegam recheados de exageros e de mentiras Mais do que as vovós os vovôs inventam muito e criam um monte de acontecimentos que não costumam ser exatamente como aconteceram.
Não importa: as histórias, mesmo que cheias de imaginação e exageros dos vovôs sempre nos ensinam alguma coisa. Melhor ainda: ensinam a eles mesmos, os vovôs, a descobrir uma capacidade criativa que talvez nem tivessem na juventude. Pensar e criar, e, portanto, escrever, é fazer a cabeça trabalhar. É permanecer vivo. Se a cabeça funciona o resto do corpo geralmente acompanha.
É exatamente o incentivo de fazer a cabeça funcionar que valoriza mais o Concurso Talentos da Maturidade, que o Banco Real realiza há anos. O concurso tem revelado alguns talentos - talentos que estavam adormecidos, quase mortos, e que os idosos redescobrem quando se dispõe a escrever um conto, uma poesia, uma monografia, seja lá o que o regulamento permitir para o concurso. E para a vida
O prêmio em dinheiro é interessante ainda mais em um país em que os idosos vivem de uma quase sempre ridícula aposentadoria. Importante mesmo é a oportunidade e o incentivo que o concurso transmite ais idosos.
É verdade que nem todo o idoso tem talento para escrever, mas é verdade também que todo o idoso tem sempre uma boa história para contar. Escrever também é aprender sobre todas as coisas. Principalmente a viver.
Quando se escreve nunca se está só: tem sempre um, dois, três personagens nos fazendo companhia e de certa forma espantando a solidão. Mesmo que não haja personagens o ato de percorrer na memória e no papel os velhos caminhos é também uma maneira de não estar só. Nunca se é só quando se está povoado de pensamentos, de lembranças, de memória, de criatividade. De vida, enfim...
Na experiência de escrever (não importa se bem ou mal) o idoso estará sempre aprendendo a ser e a se redescobrir através da própria de história. Mesmo que as histórias sejam fictícias, novas verdades e novos-velhos talentos surgirão e com eles sem dúvida uma nova capacidade de ser e de exercer. O simples fato de “botar no papel” o que experimentaram e viveram um dia é de fundamental ajuda.
* Muitas vezes percorrer as lembranças do passado pode significar o encontro de um novo futuro
terça-feira, 16 de março de 2010
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