segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Medicina moderna? Ainda estamos nas mãos de médicos que mal nos olham e de exames que nos invadem


Por mais que a medicina tenha avançado tecnologicamente permitindo exames de alta definição, o paciente continua sendo submetido a procedimentos invasivos e dolorosos, que assustam e machucam mais do que a doença que o exame pode confirmar ou afastar. O paciente sofre cada vez mais porque se multiplicam os pedidos de exames feitos em guias de planos de saúde, o que leva a ter a quase certeza de que são poucos os médicos que ainda praticam a velha medicina - aquela dos exames nos consultórios que estão virando apenas um burocrático escritório em que um profissional de saúde nos recebe, mal olha para a nossa cara (indico o Dr. Jaime da Cunha Barros, esse sim um médico de verdade que respeita a medicina e respeita o paciente), abaixa a cabeça e sai pedindo exames e mais exames. Fica praticamente claro é que a fundamental medicina pessoal do diagnóstico não tem mais a menor importância para a maioria dos médicos. Quem faz medicina hoje são os laboratórios que utilizam maquinas de alta precisão e entregam laudos prontos, o que nem sempre significa que estejam certos. O médico que pede o exame limita-se a ler o laudo e nem verifica muitas vezes nem veracidade das imagens. Se ainda tiver dúvidas pede mais exames e lá se vai o paciente ficar mais doente na fila dos planos de saúde, na espera para a realização do exame em um sempre lotado laboratório.  Resultado: o paciente é submetido a novos procedimentos invasivos que o apavoram e o deixam doente e debilitado que o exame confirme que a doença pesquisada era uma ilusão do médico.

Passei por isso recentemente quando me foi solicitada uma punção pulmonar que qualquer idiota sabe que é uma suspeita de câncer mo pulmão. Meu comportamento físico mostrava que eu no tinha nada. Insisti com o médico de que eu acreditava ser uma fibrose ou uma sequela da radioterapia a que fui submetido quando tive câncer de mama. O médico cumprindo seu dever profissional insistiu no exame porque era a única maneira de afastar qualquer dúvida. Felizmente punção não foi necessária: novos exames mostraram que era apenas uma fibrose. Os médicos cumprem o dever de pedir os exames, mas talvez devessem pensar duas vezes antes de submeter o já sacrificado paciente a noivos doloridos exames. Paciente não é cobaia e muito menos um boneco para ser espetado da cabeça aos pés. (Eli Halfoun)  

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