Seria cômico se não fosse sério. O
título da peça famosa se adapta perfeitamente a corrida eleitoral presidencial.
Vejamos: Aécio Neves continua praticamente brincando de ser um candidato forte,
embora pesquisas de intenções de votos mostre - e cada vez mais - – justamente
o contrário. Os outros presidenciáveis estão no time só para fazer número e
sempre souberam que não teriam a menor chance de desempacar nas pesquisas e
nas. A eleição presidencial está polarizada entre duas mulheres: Marina que
todo dia fala, fala e não diz nada e está desmontando seu plano de vôo até
perder o chão para aterisar em segurança. Dilma se recupera nas pesquisas, faz
discursos tipo “promessas e promessas”, mas ainda não tem como tinha no começo
tanta certeza de que será reeleita.
O mais estranho é que embora duas
mulheres estejam brigando pau a pau pela Presidência da República nenhuma das
duas parece interessada no voto feminino. Estão tão centradas em si mesmas que
esqueceram de perceber a grandeza e a importância do voto das mulheres e o que
é pior de um plano de pelo menos fingir que tem um plano de governo feito
também para a poderosa ala feminina, que é na verdade a que mantém esse país de
pé em todos os sentidos. Dilma e Marina estão deixando as saias de lado certamente
porque não estão informadas sobre os números do eleitorado feminino. Deveriam
estar: o Brasil tem hoje 74,4 milhões de eleitoras, o que significa 52% do
eleitorado. Também não perceberam ainda que pela primeira vez na história do país
(e talvez do mundo) três mulheres (Dilma, Marina e Luciana Genro) disputam a
Presidência da República. O eleitorado feminino está mostrando seu descontentamento
pelas redes sociais, através de blogs assinados por importantes mulheres e por
movimentos e entidades femininas. Todas reclamam que nenhuma das três
candidatas apresentou qualquer proposta em favor das mulheres no emprego,
contra a violência de que são vítimas, das desigualdades, das restrições de
direitos sexuais ou de reprodução. Mulheres esquecidas podem significar eleição
perdida. (Eli Halfoun)
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