As quase sempre muitas preocupações diárias e a corrida contra o tempo costumam limitar a sensibilidade. Por isso não conseguimos perceber momentos simples de extrema emoção e profundo reencontro. Não percebemos, por exemplo, que uma das vantagens de ser adulto é o privilégio de em qualquer idade voltar a ser criança no sonho, nas brincadeiras com filhos, netos, sobrinhos. Esse costuma ser um prazer para esquecer (não é fugir delas) as responsabilidades e perder-se no tempo do mais puro, intenso e ingênuo amor que se pode ter quando se conquista a capacidade de voltar a ser criança. Voltar a ser intensamente verdadeiro, emocionalmente completo e inteiramente feliz. Adultos preferem se sentir infelizes, mesmo que não estejam e nem tenham motivos para isso. É como se a infelicidade fizesse parte da vida Faz não. Nós é que, ao contrário das crianças, nos impomos uma espécie de doentia necessidade de sermos infelizes para podermos reclamar de tudo e sempre.
Às vezes por uma teimosia que também fazemos questão de impor às nossas vidas, esquecemos de perceber o quanto a vida no permite a cada momento voltar no tempo e viajar em sonhos, aliás, fundamentais para construir vidas. Nem todos os adultos conseguem recuperar a capacidade de se tornarem crianças outra vez e só assim perceber o quanto ainda é possível “fabricar” momentos mágicos como só as crianças conseguem fazer.
Voltar no tempo e embarcar em velhas recordações não significa retroceder. Pelo contrário: só quando percebemos a capacidade de ser criança outra vez é que podemos olhar sem medo para um futuro melhor e mais longo. Completo.
Ao perceber o lado bom e só permitido aos adultos de ser emo0cionalmente criança (não é preciso agir infantilmente, embora façamos isso muitas vezes e também sem perceber) redescobrimos possibilidade de recuperar de recuperar a infância para nos tornamos mais adultos e muito mais felizes.
Outro comportamento que os adultos não percebem é o da estranha necessidade de estar infeliz. Parece até que para o adulto a vida fica completamente sem graça se tudo estiver bem e não puder reclamar de nada sentindo-se profundamente infeliz. .Perda de tempo: se os adultos se concedem sem culpa o prazer de ser criança sempre ao sim podem confirmar sem medo o prazer de voltar a ser criança. Ser criança (especialmente quando se está adulto) é delicioso. Não existe limite de idade para isso. Experimente.
Talvez quando todos perceberem que voltar a ser criança de vez em quando é o caminho mais saudável para percebermos também o quanto os adultos fazem mal a eles próprios e a todas as crianças quando lhes roubam a ingenuidade, a alegria de brincar e o prazer de ser inteiramente feliz. Como só as crianças conseguem ser. E os adultos poderão também quando perceberem que uma, entre muitas outras, vantagens de estar adulto é a possibilidade mágica de poderem entrar sempre no encantado mundo infantil. (Eli Halfoun)
sábado, 3 de março de 2012
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