Há muitos anos o falecido empresário Oscar Ornstein, um grande empreendedor cultural em sua época, montou por aqui o musical “Promessas, promessas”, que vinha de um enorme sucesso nos Estados Unidos. Cada vez que se falava no espetáculo (e lá estava eu na assessoria de imprensa) fazia-se imediatamente uma ligação com as promessas dos políticos. Mais de trinta anos depois nada mudou e quando se fala em promessas à lembrança que vem não é a do espetáculo, mas sim, das promessas dos políticos.
Nesse importante e democrático momento eleitoral, as promessas aumentam porque os candidatos ainda não perceberam (quanta ingenuidade) que o eleitor não acredita mais nesse papo furado. Muitos (a maioria) políticos prometem por prometer, mas há também os que prometem por absoluta falta de informação quando se prontificam (e se iludem) a fazer o que não podem e nem seus possíveis cargos permitirão. Existem também aqueles que até acreditam no que prometem, mas acabam descobrindo rapidamente que acreditar é possível, mas fazer é quase impossível até porque acabam sendo engolidos por uma “máquina” que rapidamente os faz pensar muito mais neles do que nos eleitores, no povo.
Muito cedo descobrimos que não vale a pena discutir pelo menos três assuntos: futebol, política e religião. Cada um tem uma convicção e não será uma acalorada discussão que nos fará mudar de idéia. Podemos até aprender com elas. Aprendi também que falsas promessas não são privilégio de políticos: elas fazem parte do nosso cotidiano. Tem sempre um parente, um amigo, um colega de trabalho prometendo alguma coisa que acaba esquecida e não cumprida.
Por mais que estejamos cansados e descrentes de promessas de certa forma elas ainda são importantes porque nos alentam e nos permitem novas esperanças. Sem esperança e sem sonhos a vida fica muito mais difícil. É só a necessidade de ter e não perder a esperança que ainda nos faz (mesmo sem muito entusiasmo) continuar acreditando em promessas. Às vezes até na de alguns políticos.
A esperança maior de cada um de nós é de que chegará o dia em que as promessas poderão ser levadas a sério. Não serão mais apenas uma demagógica forma de se afirmar ou de tentar levar vantagem. Promessas deveriam ser com juramentos. Embora muita gente ainda jure em falso. (Eli Halfoun)
segunda-feira, 26 de março de 2012
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