O que leva jovens de classe média,
com razoáveis condições de vida, a se tornarem bandidos? - essa é a pergunta
que mais nos fazemos ultimamente. A prisão de quadrilhas quadrilha de
estudantes-traficantes (especializadas em drogas sintéticas) faz mais presente
a questão.
Não é a primeira vez que jovens
de classe média, quase todos filhinhos de papai, se envolvem no submundo. É
claro que não se deve generalizar e incluir todos os jovens no mesmo saco. Há
jovens interessados em ações mais efetivas, sejam no engajamento político ou
porque simplesmente estão conscientes que o caminho das drogas é perigoso e sem
volta.
Teoricamente muitas explicações
podem ser dadas, mas a teoria não tem sido colocada em prática e o resultado
tem sido, como mostra o noticiário, catastrófico. Duas teses são as mais
discutidas: a primeira mostrando que jovens de classe média se envolvem no
crime porque acham que para filhinhos de papai, não haverá punição. Portanto, é
a impunidade que incentiva e acoberta o crime. Outra tese é a de os maus
exemplos de práticas ilegais vem de cima, de gente engravatada e bem sucedida
que não precisava participar de mensalões e outros esquemas, mas participa por
conta da impunidade.
Culpa dos pais? Talvez seja a
falta de diálogo uma das razões. Outras existem e para os psicólogos a busca de
bens materiais vendidos como forma de status, leve os jovens de classe média a
ganhar, às custas de vidas preciosas de jovens como eles, a boa vida que o
mercado de consumo praticamente impõe. A “playboyzada” presa não precisava
envolver-se com o crime para sobreviver: todos moradores de endereços nobres e
estudantes de faculdades particulares. O
significado estudante universitário perdeu o sentido: passou a ser sinônimo de
bandido e não mais de jovens que só queriam diversão sombra e água fresca sem
prejudicar ninguém. Estudos mostram que aumenta a par participação de jovens de
classe média no crime e a escola tem culpa nisso. Para a psicóloga Maria Irene
Maluf “a escola tem que ser atraente, mas os pais também devem conhecer os
amigos dos filhos e manter contato com a equipe pedagógica da escola”.
Não se pode, repito, condenar toda a
juventude por conta de meia dúzia de jovens mal orientados. É preciso encontrar
solução. Perguntas não resolvem nada. Respostas e ações sim. (Eli Halfoun)
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