Quando estamos crianças (podemos estar criança até quando adultos) e, portanto, não temos a força da escolha tentam nos empurrar para testes vocacionais que na verdade costumam satisfazer os pais, porque não são exatamente uma maneira de encontrar o que gostamos ou gostaríamos de fazer, mas sim de descobrir se podemos fazer o que eles, os pais, sonham para nós, os filhos. Ou melhor, sonham para eles próprios.
Você, paciente leitor, pode argumentar que nos confusos e cruéis dias de hoje está difícil às crianças terem a oportunidade de estudar e, nesse caso, muito menos de poder testar uma possível vocação (digo possível porque só percebemos o que queremos e podemos ser quando a necessidade nos impõe algumas escolhas ou não nos da escolha nenhuma). Suponhamos (os sonhos nunca devem ser impossíveis, mesmo que continuem sendo apenas sonhos) que todo mundo pode estudar.
Descobriremos então que são poucos, raros até, os casos de crianças que seguiram a vocação revelada e aconselhada por um teste e exercem a profissão que sempre quiserem. Eles e seus pais.
O que costuma acontecer é que até para satisfazer os pais ou outros parentes muitos hoje profissionais estudaram o que não queriam e se fixaram (ou seria acabaram no sentido de chegar ao fim?) em profissões e situações que não queriam realmente exercer. São muitos os casos de profissionais frustrados por estarem atuando na profissão que não queriam ter e para a qual nunca tiveram vocação.
Profissionais que exercem, mesmo que tenham boa atuação, profissões que não a de seus sonhos não se realizam como pessoas. Muitas vezes a realização pessoal só acontece na velhice ou perto dela quando, aí sim, passam a fazer o que sempre quiserem e sonharam Por isso mesmo está ficando comum ver advogados, médicos, engenheiros, enfim todo o tipo de profissionais abrindo largos sorrisos quando passa se dedicam ao conserto de rádios, a tocar um instrumento, a cantar, a exercer (agora sim por escolha própria) a verdadeira vocação.
Vocação de verdade é amor - amor total pela profissão. É o que se percebe diariamente: os profissionais que encontraram a vocação são dedicados e tem um amor profissional tão apaixonado que os faz saber tudo. E mais.
Como, por exemplo, meu hoje amigo Jaime da Cunha Barros, que se descobriu médico desde cedo e hoje faz com que todos os seus pacientes e alunos descubram o que é um médico de verdade, um profissional com vocação.
* E, em consequência, com amor, dedicação e extrema competência
sábado, 10 de abril de 2010
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