terça-feira, 13 de abril de 2010
Greve inoportuna contra uma população fragilizada
A apresentadora Ana Paula Araújo, que, aliás, está sendo incansável e perfeita na cobertura tragédia que ainda abala Niterói e todo pó Rio, classificou de inoportuna a greve de ônibus de segunda-feira. Não poderia haver melhor definição: os grevistas aproveitaram um momento de fragilidade da população e a massacraram mais pisando em quem já está caindo, se arrastando. Nada contra as greves (já fiz muitas), um direto democrático e legítimo do trabalhador para fazer reivindicações de salário e de melhores condições de trabalho. As greves, mesmo as mais justas, precisam ser repensadas com urgência já que quando acontecem atingem em cheio e violentamente não os patrões, mas sim e somente a população menos favorecida. Motoristas de ônibus fazem parte desse povo e assim fica uma briga de povo contra povo. É sempre assim: patrões se aproveitam de momentos de fragilidade (e nesse caso nem patrões são) para explorar o empregado cada vez que o desemprego ronda uma classe obrigando-o a trabalhar mais e mais para continuar no emprego ganhando mal, muito mal. No caso da greve de ônibus a população que mora em áreas de risco ou próximo a elas e que já sofre muito com a preocupação e a ameaça de chuva, foi castigada uma vez mais e irresponsavelmente. A greve bem que podia e devia ficar para depois. Os motoristas que aderiram com inconsequência a essa greve esquecem que fazem parte dessa população exp0lorada e assustada. É como diz um amigo meu: “os motoristas sempre esquecem que quando saem do carro viram pedestres como qualquer um de nós’".
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