A discussão agora é em torno das novas regras (passam a valer a partir dessa semana) de conduta (ou ética, como preferem alguns) médica com os pacientes. Regras de conduta médica nem seriam necessárias se os profissionais de medicina levassem a sério o juramento que fazem quando se formam e que em síntese diz que o bom atendimento ao paciente é a regra número um. Nesse país em que as leis e as regras nunca são cumpridas fica a impressão de que essa também será jogada para escanteio, assim como se faz especialmente nos chamados hospitais públicos (que de públicos não tem nada) com os doentes. Muita coisa precisa realmente ser revista e a primeira delas é sem dúvida ensinar novamente aos médicos que em medicina o fundamental não é ganhar dinheiro, mas sim salvar vidas e, portanto, respeitar e tratar o paciente de todas as melhores formas. Até se entende o descaso que há nos hospitais públicos que é consequência do descaso que os governos têm com seus (nossos) hospitais que deveriam ser referência de (e no) atendimento. Um dos ensinamentos da medicina é o de que nenhuma consulta pode durar menos de uma hora, tempo considerado o ideal para um exame clinico e um diagnóstico pelo menos acertado. Isso não acontece mais nem nos consultórios particulares e não acontece simplesmente porque como quase todos os atendimentos são com planos de saúde que cobram muito, mas pagam pouco por consulta, o médico precisa acumular pacientes para garantir o faturamento que considera adequado. Antigamente dizia-se de boca cheia que “medicina e uma religião”. Hoje é, na maioria das vezes, apenas um comércio – um absurdo comércio de vidas humanas.
As novas regras estabelecem também que os médicos terão de fazer receitas legíveis, o que certamente facilitará a aquisição do medicamento e complicará a vida do médico que muitas vezes nem sabe exatamente o que está receitando. Das duas uma: ou os médicos passam a fazer caligrafia (como se faz no primário) ou passam a receitar em letras de fôrma e sem pressa. De qualquer maneira as novas regras estão aí colocadas. Cabe a nós, pacientes em dobro (é preciso ter paciência para ser um paciente-doente) fazer com que sejam seguidas e cumpridas sem qualquer tipo de desculpa - e muitas certamente já estão “engatilhadas”.
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