domingo, 4 de abril de 2010

CRÔNICA --- Ruas modernas

Às vezes lembramos com saudades de nossas mães na janela ou na calçada gritando nossos nomes para nos tirar da rua onde se jogava uma pelada, um torneio de bola de gude ou se brincava inocentemente de um simples pique-esconde ( a gente continua se escondendo – e cada vez mais – mas agora por necessidade). Naquela época havia a rua que era uma espécie de complemento da casa da gente. Foi na rua que passamos a maior parte do tempo. Com tranquilidade e segurança.
Havia também as mães presentes para gritar que era hora do banho e de preparar-se para o jantar (havia também comida naquela época). As mães de hoje estão nos escritórios, nos consultórios, nas lojas, algumas porque querem e porque conquistaram um justo e merecido espaço no mercado de trabalho e outras, muitas outras, porque precisam trabalhar- e trabalhar duro - para complementar o orçamento doméstico.
Na falta de ruas, hoje repletas de progresso e, assim, de automóveis circulando ou transformadas, inclusive nas calçadas (o único espaço que nos resta)em estacionamento, os clubes sociais passaram a ser uma espécie de quintais modernos, de “ruas” onde as crianças ainda podem correr, gritar, divertir-se que é isso, afinal, o que faz uma criança realmente feliz.
Os clubes são também fundamental espaço onde a cada vez mais populosa terceira idade encontra os literalmente velhos amigos para novas e diárias conversas e para uma programação social que inclui bailes vespertinos (com música audível), shows e muitas outras opções.
Para as brincadeiras os clubes sociais transformam-se cada vez mais na única alternativa das crianças, pobres crianças, que já não podem fazer das ruas o seu paraíso infantil e acabam limitadas aos apertados apartamentos em que moram ou, no máximo, a área de lazer do prédio quando, evidentemente, ela existe.
O Rio tem, talvez até por essa cada vez maior necessidade, dezenas de clubes da melhor qualidade e um dos mais completos é, não tenho dúvidas, o Tijuca Tênis Clube. O Tijuca completará, ano que vem, 100 anos e é através dele que se pode contar grande parte da história de um dos mais nobres bairros do Rio. No Tijuca tem de tudo: uma perfeita administração, piscinas com as águas mais bem tratadas, segundo recente levantamento, de todos os clubes da cidade, pista para caminhada, campos de futebol, quadras de vôlei e basquete, quadras, muitas quadras, de tênis, saunas, academias de ginástica, e mais, muito mais. O Tijuca, um dos sem dúvida mais bem cuidados clubes do Rio, é o quintal maior e mais seguro, em todos os aspectos, de quase todos os moradores do bairro.
A natureza também se fez sócia do Tijuca Tênis Clube e lá ainda é possível relaxar na sombra das árvores e sentado em românticos bancos de jardim, jardins que, nem nas praças públicas, quase não existem mais. Nesse aspecto os clubes sociais ganham uma importância fundamental e são hoje o refúgio maior e melhor para quem sonha deixar suas crianças brincar sem medo e com alegria.
* E com o espaço, que estão nos roubando

Um comentário:

  1. Feliz Páscoa Eli, companheiro de jornada.
    Por aqui no bairro Charmoso, tenho um Tenis Clube, o Leminho. Lindo cheio de árvores e charme.

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