Copacabana não engana
A garota (“olha que coisa mais linda”) passou por Ipanema fez o bairro ficar mundialmente famoso, mas nem assim conseguiu tirar o encanto de Copacabana ,que é ainda o bairro mais famoso do Rio de Janeiro ( e, em consequência, do Brasil), o mais movimentado e o mais cosmopolita ( está todo mundo lá: paraibanos, baianos, mineiros, cearenses, paraenses, sergipanos, suíços, japoneses, alemães, portugueses, espanhóis, italianos, etc.). O mundo está reunido em Copa e é isso que faz o bairro ser uma eterna festa, uma festa no colorido movimento de pedestre, nas vitrines das lojas que tem de tudo para todos os gostos, nos letreiros luminosos. É verdade que esse acumulo de população fez aumentar a violência e o medo. A especulação imobiliária que empoleirou as pessoas em pequenos caixotes insistentemente chamados de apartamentos tem feito muita gente “fugir” de Copacabana para bairros supostamente mais tranquilos, se é que se pode ter tranquilidade em qualquer lugar do maltratado Rio de Janeiro de hoje. Mas todo mundo acaba, um dia, voltando porque Copacabana parece exercer uma certa magia nos seus moradores e muito mais nos seus muitos visitantes. Copacabana é sempre uma festa para os olhos, para o paladar, para a sensibilidade. Basta sentar num dos muitos bares espalhados pelo calçadão da Avenida Atlântica para conhecer, durante uma tarde, os mais variados tipos. Lá vem, por exemplo, a bonita cigana tentando adivinhar a sorte nas tortuosas linhas das mãos; a cigana segue seu caminho mas no mesmo caminho lá vem o desenhista tentando vender um retrato feito na hora. Às vezes até consegue, o que ele, o desenhista, nunca consegue é fazer um desenho perfeito. Agora é a vez da baixinha paraibana que enfrenta diariamente horas de viagem no ônibus do subúrbio para no calçadão da Atlântica virar uma Emilia com sotaque carregado, mas sempre sorridente na tentativa de convencer qualquer freguês a tirar uma foto ao seu lado. O fotógrafo que acompanha a Emilia do nordeste é seu marido. Questão de economia doméstica: assim o dinheiro arrecadado fica todo (quando conseguem algum) na mesma casa. Até transformar-se na personagem Emília (ah! se Monteiro Lobato visse) baixinha e gordinha a paraibana é obrigada a enfrentar um diferente camarim : salta do apertado ônibus (todo o subúrbio parece mudar-se, nos fins de semana, para Copacabana onde não é, ainda, preciso pagar para freqüentar a quase sempre poluída praia) no ponto final ( geralmente no Leme) entra no botequim mais próximo, enfrenta o mau cheiro dos sempre imundos banheiros e inicia uma milagrosa transformação. Quando volta exibe uma exagerada maquiagem, ganhar sardas grosseiramente pintadas a lápis mas ganha também, em compensação, um novo sorriso, uma espécie de alegria de viver. É como se o sofrimento e os problemas ficassem ali na imundice do banheiro para que ela ganhe uma nova vida, alguns momentos de felicidade fingida no sonho de estar realmente sendo uma artista. Começa então a peregrinação pelo calçadão. São mais de trinta idas e vindas ( do Leme ao posto 6) sem conseguir, na maioria das vezes, tirar nenhuma foto. Escurece no anoitecer de Copacabana e é hora de mudar o cenário e os artistas: entram em cena os travestis tentando conquistar fregueses e entram em cena também as prostitutas. Mas como saber, na escuridão da noite, mesmo iluminada por letreiros coloridos, quem é uma e quem é a outra, se são aparentemente muito parecidas nas roupas, no excesso de maquiagem e até nos gestos fartos e exageradamente grosseiros. Copacabana passa a viver um novo tempo, uma nova festa - uma festa que muda os personagens mas na qual os artistas” tem sempre a mesma preocupação: a sobrevivência. E não adianta insistir para que procurem outros lugares para trabalhar e morar porque ninguém quer sair de Copacabana ainda que Copacabana já não engane e seja sempre uma festa.
* Mesmo que às vezes sejsa umsa festa deprimente e desumana
A GRANDE CARTADA DO
MESTRE SAMUEL WAINER
Quem trabalhou com Samuel Wainer (tive a felicidade de tê-lo como mestre) sabe que muito mais do que um jornal revolucionário (gráfica e editorialmente), a Ultima Hora era uma verdadeira escola de jornalismo. Estive presente em um episódio que nos ainda dias de glória do jornal, revela bem que Samuel Wainer não era um patrão qualquer. Era um colega-repórter e provou isso várias vezes em sua atitudes. Boa parte do pessoal da redação ficava no jornal até o fechamento mesmo que não tivesse nada para fazer. Em uma dessas noites fui indicado para um plantãozinho e tinha que ficar atento caso houvesse necessidade de preparar um segundo clichê. Na verdade a turma ficava ali com intenção bem diferente do que a de trabalhar: descíamos para ao porão, onde se localizava o arquivo, e o transformávamos em um “cassino” onde o jogo de cartas corria solto.
Nessa noite o telefone toca e o Samuel manda me chamar e diz:
- Eli, sei que vocês estão jogando. Suspende o carteado um pouquinho, pede pro pessoal subir, colocar papel na máquina e fingir que está trabalhando.
- Por que Samuel? – tive a ousadia de perguntar e ele explicou:
- É que o Raimundo (era o diretor financeiro) está indo pra aí dar um flagrante em vocês e demitir todo mundo por justa causa.
Transmiti o recado e em dez minutos estávamos todos na redação fingindo trabalhar. Quando o Raimundo chegou ficou completamente sem graça, disfarçou e desapareceu.
Nos meus ainda inocentes 20 anos de idade fiquei curioso e no dia seguinte fui até a sala do Samuel e perguntei:
- Por que você não permitiu o flagrante? Ele ensinou:
- Sei os repórteres que tenho e se todos estão na redação fora do horário e acontecer alguma coisa espetacular o jornal terá uma grande equipe em ação.
Não foi só mais uma demonstração de bom caráter do companheiro repórter que o Samuel representava. Foi a lição de que o interesse maior pelo bom jornalismo está presente no jornalista todo o tempo. Samuel Wainer era acima de tudo um jornalista. E foi isso que ensinou para muitos profissionais. Felizmente tive a sorte e o privilégio de ter sido um de seus alunos.
Memórias da redação
QUANDO AMIGA
PASSOU O DIA NO BANHEIRO
Trabalhava-se muito, mas eu tentava fazer com que a redação da Amiga também fosse muito divertida porque sempre acreditei que essa é a melhor maneira de chefiar e trabalhar e mantive esse tom descontraído mesmo depois que assumi a direção geral da revista. Podemos dizer que moitas vezes a redação da Amiga foi literalmente uma “cagada”. Querem ver: certa manhã o Moysés Weltman, que já nos deixou definitivamente reclamou muito de dor de cabeça e como eu era o editor me chamou e disse: ”toma contra de tudo que estou mal”. Como eu já fazia isso normalmente nem “esquentei”, mas não perdi a oportunidade de brincar e aconselhei: “Olha cara antes de eu ter tido o derrame (tive um AVC aos 26 anos de idade, mas essa é outra história) tinha muito dor de cabeça, que pode ser um problema na barriga. Toma uma limonada purgativa que pode ajudar”. Não imaginei que ele me levaria a sério mesmo porque falei sorrindo.
Na manhã seguinte o Weltman chegou apressado, jogou a pasta em cimas da mesa e acelerou o passo para ir ao banheiro. Tinha tomado a limonada purgativa. Resultado: passou o dia em reunião a portas fechadas. No banheiro.
Com outra “cagada” aprendi que o efeito psicológico pode ser infalível. Semanas depois do divertido episódio com o Weltman espalhei na redação que alguém tinha colocado purgante nas garrafas térmicas do café (uma com açúcar e a outra amarga que ficavam atrás da minha mesa) e como a turma já tinha tomado o primeiro cafezinho (o café, aliás, parece ser o combustível das redações e deve ser por isso que quase todo jornalista tem gastrite ou úlcera) foi só esperar um pouco para ver as e os repórteres correm para o banheiro como se realmente estivessem com dor de barriga. Foi a cagada psicológica mais intensa que vi na minha vida. Não adiantou nada dizer que era só brincadeira e não havia purgante nenhum no café. Como sempre o desmentido não serviu para nada. É sempre a primeira notícia que vira verdade e ganha mais repercussão, mesmo que seja uma mentira.
O NOVO
TREM DA ALEGRIA
Matemática sempre foi, apesar de sua importância, a matéria menos preferida da maioria dos alunos de qualquer série escolar, que sempre consideraram a matemática muito complicada. Não sabíamos nem da metade até a matemática brasileira começar a nos enlouquecer. Vê aí se entende e aceita esses números levantados pelo jornalista Giba Um: se o trem-bala Rio - São Paulo vier mesmo a sair do papel consumirá R$ 34,6 bilhões, o que representa 10% das reservas brasileiras e mais do que o saldo comercial dos últimos dois anos, somados. Anote outros números: o custo total das Olimpíadas 2016 será de R$25 bilhões e o da usina de Belo Monte, considerado o maior projeto em execução no mundo, é de U$ 16,5 bilhões. Ainda sobre o trem-bala (será bala perdida?): terá que transportar 137 bilhões de pessoas para dar lucro. Haja passageiros.
LULA, O
OTIMISTA DO BRASIL
Apesar dos muitos problemas que seu governo ainda precisa resolver e explicar, o presidente Lula é um otimista ( como, aliás, todos os brasileiros) e não só em relação ao país, mas também sobre ele mesmo. O otimismo de Lula é tão grande que ele está convencido de que nas próximas pesquisas sobre sua aceitação e popularidade chegará perto, bem perto, dos 100%. Baseia esse otimismo na veiculação dos filmetes em que o PT promove Dilma Roussef que, por sua vez, em todos os filmes coloca o presidente nas alturas. Outro ponto forte do otimismo de Lula são suas viagens internacionais e citações no exterior de que “é o governante mais popular do mundo no momento”. Mais um reforço para o otimismo de Lula: nessa segunda feira (7 de dezembro) ele recebe, em cerimônia que será realizada no Sheraton São Paulo WTC Hotel o título de “brasileiro do ano”, o que certamente influenciará no resultado das pesquisas. O otimismo de Lula se justifica: para governar o Brasil é preciso mesmo ser acima de tudo um otimista.
DEPUTADOS
VOAM EM DOBRO
Nossos deputados federais gostam mesmo de voar e nos dois sentidos. Recente levantamento revela que um em cada quatro deputados recebeu da Câmara reembolso por alugueis de aviões nos últimos cinco meses. Olha só que exagero e desperdício: a Câmara gastou R$ 2,8 milhões com despesas de fretamento de aeronaves para 115 parlamentares (isso entre os meses de julho e novembro). O levantamento mostra que metade desse valor (R$ 1,12 milhão) cobriu gastos de apenas 17 deputados que utilizaram aviões para deslocamentos no interior de seus Estados – viagens que devem aumentar agora com as campanhas eleitorais. Cada deputado recebeu, em média, de R$ 50 mil a R$ 120 mil de reembolso só nesse período. E o povo andando em trem apertado e ônibus lotado caindo aos pedaços, mas não se pode negar que os deputados resolveram o problema do transporte. O deles.
FORÇA TOTAL PARA O
NOVO-VELHO DIÁRIO SP
O jornalismo impresso ainda tem muita força no mercado e mesmo com as facilidades de leitura permitidas pela internet (os jornais já pensam cobrar pelos acessos) ainda pode resgatar leitores antigos e conquistar novos. É nisso que acredita o jornalista e empresário J. Hawilla, que está investindo alto na recuperação do jornal Diário de São Paulo que até recentemente estava perto do fim. Hawilla, que é também o rei do marketing esportivo com sua Traficc, planeja um relançamento em grande estilo do novo Diário de São Paulo. O novo projeto gráfico e editorial do jornal está sendo criado pelo competente jornalista Marcos Sá Corrêa (ele foi o responsável pela primeira reformulação de O Dia) e pretende investir também na contratação de colunistas famosos. Já se dão como certas, por exemplo, as presenças de Arnaldo Jabor e de Cesar Giobbi, que, ao que tudo indica, voltará a assinar uma página diária de colunismo social. Hawilla anda tão entusiasmado com o novo projeto que não faz por menos: garante que o novo Diário de São Paulo merecerá o lançamento do ano. Os jornalistas agradecem, principalmente se outros jornais apostarem em reformas e em profissionais de verdade.
AZEITE LUBRIFICA O
MUNDO DOS NEGÓCIOS
Nem sempre foi assim, mas o azeite tem hoje fundamental importância como tempero de comidas e de boa saúde: há mais de 6.000 anos o azeite era usado apenas para untar os corpos de guerreiros nas batalhas. Hoje a batalha do azeite se desenvolve nas mesas, o que tem aumentado muito sua produção e no Brasil, que não planta oliveiras, a importação: o Brasil é o sétimo maior importador de azeite do mundo e o segundo importador de azeitonas. A produção de azeite de oliva alcança atualmente 2,756 milhões de toneladas por ano no mundo e a União Européia é responsável por 39% da produção com a Espanha em primeiro lugar e Portugal, com um grande avanço, na segunda colocação. Não é qualquer azeitona que pode ser utilizada na produção de azeite:: dos 270 tipos de azeitonas existentes apenas 24 tipos servem para a fabricação do azeite nosso de cada dia. Os produtores aperfeiçoam a qualidade e o português Gallo está lançando o azeite Premium, feito das primeiras azeitonas da colheita 2008/2009. A produção é limitada, mas o preço e a qualidade não: experts brasileiros consideram o novo Premium Gallo excelente. É sempre bom lembrar que não é todo o azeite que pode ser consumido tranquilamente. Tem muita falsificação por aí como, aliás, em quase tudo no Brasil da pirataria.
UMA PODEROSA MULHER
DA TV E DOS NEGÓICIOS
Enquanto Abílio Diniz negocia com as Casas Bahia sua irmã Lucilla, que também é uma das herdeiras (com pequeno percentual) do Grupo Pão de Açucar, prefere apostar em seus dotes artísticos e investe na televisão: além de continuar apresentando aos sábados o programa que leva seu nome acerta com a emissora a produção e apresentação de “Como Agarrar um Milionário” no qual comandará provas e dará dicas de como as moças casadoiras podem encontrar um bom partido. O título do programa buscou ‘inspiração" no filme de mesmo nome, produzido em 1953, dirigido por Jean Negulersco e com um elenco respeitável: Marilyn Monroe, Lauren Bacall e Betty Grable. Lucilla acerta também, na mesma Rede TV, participação no reality show “Skark Tank, no qual milionários devem ser convencidos por jovens a investirem em determinado negócio, o que certamente dependerá dos “argumentos”. Embora a veia artística pareça falar mais alto, Lucilla aposta também em outros negócios: é a dona da Goodligth, especializada em produtos dietéticos e que agora sofre a concorrência direta da Taeg, comandada pelo irmão Abílio Diniz. Nada que preocupe: de qualquer maneira ta tudo em casa.
JULIA ROBERTS: MAIS UMA BE
QUARENTONA DE COFRE CHEIO
Ao contrário do que ainda acreditam algumas jovens mulheres chegara aos “enta” não significa necessariamente decadência física, profissional e financeira. Que o diga a bela atriz Julia Roberts que aos 42 anos de idade e ainda em plena forma artística e física acaba de assinar o maior contrato de sua bem sucedida carreira: receberá 20 milhões de dólares para ser durante um ano a nova embaixadora dos produtos de beleza Lâncome, que muitos especialistas consideram os melhores do mundo. Personalidade, talento e comprometimento foram os três principais motivos para a escolha da atriz, indicada pelo próprio presidente internacional da Lâncome, Youcef Nabi, que não lhe negou merecidos elogios: “Julia Roberts é uma mulher emblemática de seu tempo. Sua carreira é magnífica. Estamos convencidos de que ela acrescentará muito da maneira mais sublime do mundo”. Depois disso nem precisava de cachê. O investimento da Lâncome na contratação da atriz tem outro forte argumento: ela é considerada pela revista Forbes a segunda atriz mais rentável do mundo. Inclusive para seu próprio cofrinho.
A DÉCADA JÁ TEM SEU
ARTISTA. É JOHNNY DEPP
Até porque é casado com a deusa Angelina Jolie, Brad Pit pode ocupar mais espaço na mídia mundial, mas nas listas de melhores que surgem no final do ano em todos os países (o que prova que isso não é mania e muito menos subdesenvolvimento brasileiro) é o excelente ator Johnny Depp o que mais aparece: primeiro foi escolhido pela revista People “o homem mais sexy do mundo”. Agora é eleito pela também americana revista “Entertainement Weekly” como o melhor artista da década, o que certamente vale muito mais do que qualquer coisa menos ter Angelina Jolie toda noite na mesma cama. A relação da “Enternaiment Weekly” tem também a roteirista e comediante Tina Fey e a cantora Beyoncé.
MODA DO CALOTE
NÃO PEGA NA FRANÇA
Não é só nas passarelas e vitrines dos grandes magazines que a moda francesa desfila. Ela anda frequentando também o banco dos réus. Agora mesmo o estilista Christian Lacroix está proibido de fazer suas criações frequentarem desfiles porque a Corte de Comércio de Paris anuncia semana passada o plano de reestruturação da grife. Entenda melhor: desde o último mês de junho a maison Lacroix estava sob administração judicial depois que declarou a suspensão dos pagamentos de mais de uma centena de funcionários e lá, ao contrário do que acontece aqui, não pagou tem que se explicar até porque dinheiro do salário de funcionários é sagrado. A moda judicial da Lacroix desfila desde 2005 quando foi comprada por investidores americanos, que propuseram um plano de recuperação da empresa com a redução (é sempre o empregado que paga o pato) de 120 para 15 funcionários que serão os responsáveis, pelos produtos que, com exceção das roupas, continuarão sendo fabricados. Resultado: Lacroix não deve mais aparecer nas passarelas da semana da moda de Paris. Se a gente bobear não demora muito ele desembarca no Brasil onde o calote parece fazer parte da rotina. Ou seja: está sempre na moda.
SOTAQUE AMERICANO PODE
REDUZIR NOSSA VIOLÂNCIA
A essa altura do campeonato deve ter um montão de gente criticando a intenção do governador Sergio Cabral em contratar a consultoria do ex-prefeito de Nova York, Rudolph Giuliani para combater a violência. Dirão os críticos que a realidade nova-iorquina nada tem a ver com a realidade carioca e que chamar alguém de fora é apenas uma maneira de aparecer. É exatamente o fato de não conhecer a rotina da violência no Rio que dará ao possível novo consultor uma imagem diferente de combate aos bandidos que tomaram conta da cidade. O que não se pode negar – e não vai aí nenhuma preferência política que Sergio Cabral, ao contrário de outros governadores, tem “peitado” os traficantes na base do “é guerra, tome guerra”. Poderão dizer também que o enfrentamento de Cabral pode fazer mais vítimas inocentes, como se fosse possível uma guerra sem vítimas inocentes. O fato é que Giuliani não tem a às vezes visão comprometida de quem de uma forma ou de outra acaba, digamos, “viciado” com a violência e por ter uma visão limitada não consegue combatê-la de forma diferente e adequada. O ex-prefeito de NY tem boa recomendação em seu currículo: foi ele que conseguiu reduzir em 57% (de 1964 a 2000) a violência em Nova York, onde aplicou sem dó nem piada a política de “tolerância zero”. Que já devia ter sido adotada por aqui há muito tempo. Do contrário continuará tudo na mesma. E não dá mais para aguentar.
CAFÉ COM CACHAÇA.
JÁ TOMOU?
Café também é cultura. Dúvida? Então dê uma olhadinha no livro “Café e suas receitas - Dicionário gastronômico” que acaba de ser lançado pela jornalista gastronômica Giuliana Bastos. Entre muitas receitas (tem a da sobremesa tiramissú) você ficará sabendo também porque o teste de degustação do café chama-se “quebra de xícaras”, se nenhuma louça é quebrada. Vai descobrir ainda como desenhar o Taj Mahal nas espuma de um cappucino. O livro reúne verbetes de A a Z, e muitas receitas, inclusive a de uma estranhíssima de caipirinha de café. Quer experimentar? São 100ml de cachaça, 50ml de café espresso, 1 limão, açucar e gelo à vontade e grãos de café para decorar. Faça assim: amasse o limão como açucar e acrescente o gelo. Agora mexa em uma coqueteleira e em seguida despeje o conteúdo em um copo, coloque o café espresso e decore com grãos de café. Agora use toda reúna coragem e beba.
Memórias da redação
A TARDE DO MUITO PRAZER
COM PRAZER MESMO
Todo dia a redação da Amiga recebia dezenas de visitas de divulgadores, relações públicas, enfim de toda essa turma que vende seu peixe para conseguir espaço nos jornais e revistas e divulgar uma peça, um filme, um show e fazendo assim um trabalho chato, mas digno como qualquer outro. A redação até se divertia ( parecia a hora do recreio) com essas visitas já que os divulgadores ficavam amigos da Amiga. Um desses profissionais era o gentil Mauricio Kus, relações públicas de uma grande distribuidora de filme, o que o levava sempre até a redação para divulgar os filmes. Era simpático, além de velho amigo do Moysés Weltman na época diretor da revista. Eu era o editor e também assinava uma coluna semanal na Amiga e uma diária no jornal Ultima Hora, que já tinha o Ary Carvalho como dono. O Mauricio mostrava grande curiosidade em me conhecer pessoalmente. Certa tarde ele apareceu na redação e perguntou ao Weltman quem era eu. O Weltman me chamou e disse apontando para o Maurício:
”Ele está louco para te conhecer”.
O sorridente homem levantou, olhou para mim, estendeu a mão e disse: OÇLHOU para mim estendeu a mão e disse:
“Muito prazer, Mauricio Kus
Apertei sua mão e sério mandei essa:
- Muito prazer Eli pirocas.
O Weltman me olhou com cara de espanto enquanto o Kus ria as gargalhas. Ele e toda a redação, inclusive eu.
segunda-feira, 7 de dezembro de 2009
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