Sábado. O sol ilumina intensa e calorosamente a manhã. Depois da chuva da véspera ninguém poderia imaginar que o dia fosse nascer tão alegre, tão saudável, tão radiante. Parecia um presente de Deus para anunciar o nascimento de Jesus. Era véspera de Natal.
Menos de 9 horas e as ruas já estavam cheias: nas lojas os inevitáveis retardatários (tem sempre quem deixa para comprar os presentes ou a ceia na última hora). Os rostos de todos também pareciam iluminados – e não só pelo sol.
O clima era de total alegria e absoluta solidariedade. Todo mundo sorrindo. Mesmo os que nada podiam comprar pareciam felizes com a felicidade dos outros. Era contagiante. Cada um fazia questão de sorrindo e com uma fisionomia serena, mostrar isso. Nem era preciso muito esforço: a alegria, a solidariedade, a paz, o espírito de natal eram absolutamente sinceros. Parecia que todos tinham sido, enfim, invadidos pelo amor e pela paz.
Pedro, que todos chamavam desde a infância de Pedrinho, caminhava tentando absorver aquele clima de alegria. De amor. Era sempre assim: as festas o deixavam triste e mesmo que não quisesse fazia uma “viagem” ao passado e lembrava das festas que nunca tinha tido. Para Pedrinho festa era sinônimo de castigo. De solidão. De fracasso.
Era por isso que em qualquer festa fazia questão de passar o dia na rua para não ter que enfrentar em casa a solidão maior. Concreta. Estava sempre só, mesmo que acompanhado estivesse. A solidão era interna como internas eram as cicatrizes que a vida difícil lhe tinha deixado. Mas não reclamava. Apenas reagia para não ficar mais triste e solitário. A cruel solidão se apresentava mais intensa no natal quando as famílias se reuniam em torno de uma mesa farta, se não de comida, pelo menos de alegria e amor.
Tentando esquecer e disfarçar andava com passos curtos. Sorrindo um sorriso que não queria sorrir. Como se assim pudesse fugir da solidão que se faria maior quando a noite chegasse e o sol não mais estivesse brilhando para dar-lhe a sensação de não estar assim tão só.
Era por isso que em dia de festa familiar, passava a manhã, a tarde e parte do início da noite caminhando. Queria estar muito cansado para quando a noite chegasse conseguir pelo menos dormir: ligava a televisão (o som parecia preencher seu vazio) mas, não via nada: pensava no passado e acordado sonhava com o futuro. Até adormecer para não lembrar de mais nada. Sonhar talvez, mas com o melhor.
Os minutos daquela iluminada manhã pareciam horas e Pedrinho caminhava sem rumo olhando para as pessoas. Olhando para as vitrines. Olhando para si mesmo. O tempo passava lentamente e a cada dois ou três passos alguém que jamais tinha visto na vida passava por ele sorrindo e desejava: “Feliz natal”
Pedrinho respondia: “Pra você também”
Ficava irritado: não entendia como alguém que nunca tinha visto e nada sabia sobre sua vida poderia realmente desejar um feliz natal. Mas desejava. Sinceramente.
A cada “feliz natal” uma enorme cicatriz parecia abrir-se no peito de Pedrinho. Reagia pensando: “Que feliz natal, que nada. Como é possível ter um solitário feliz natal. Só podem estar brincando comigo”.
Continuava caminhando lentamente, mas os pensamentos tinham passos acelerados em sua cabeça. O coração também acelerava e por mais que tentasse fugir das lembranças não conseguia: o passado era a sua história, a sua vida. Queria - e como queria – escrever uma nova história para o futuro. Não conseguia: tinha a terrível sensação de que o futuro melhor e tão sonhado nunca chegaria. Era o presente que mostrava isso.
O passado o acompanhava a cada festa, a cada natal. Lembrava de outros natais solitários, quando fingia ser forte para não sofrer ainda mais. Lembrava das tentativas – era um otimista – que havia feito paras reunir sua desgarrada família. Agora era cada um por si e nem sabia mais se Deus por todos.
Tinha feito muitas outras tentativas. Até a de reunir pessoas conhecidas e desconhecidas, que também ficavam sozinhas, para um movimentado natal em sua casa. Foi assim que um dia reuniu algumas solitárias prostitutas que conhecia da rua, para fazer a festa. Outra desculpa que costumava usar contra a solidão do natal era ficar de plantão no trabalho. Criava assim a falsa sensação de que estava ali, longe da família, pela obrigação de trabalhar.
Mesmo assim tinha tentado várias vezes reunir os filhos, os irmãos, os netos, os amigos como era normal em todas as famílias. Não dava certo e a frustração aumentava. As pessoas não apareciam e quando o faziam ficava evidente que ninguém gostava de estar ali e a noite custava mais a passar. Ficava mais longa do que quando, sem festa, sem nada, Pedrinho permanecia só até adormecer.
Algumas vezes não lhe faltavam convites para estar na noite de natal na casa de um amigo, de um parente distante. Mas o que poderia ser a melhor maneira de não estar só piorava a situação. Sofria mais intensamente: estavam lá todos os parentes do amigo reunidos e ele se sentia um intruso. Sobrando. Como muitas vezes também se sentia diante da vida.
Presentes Pedrinho não ganhava e desde menino não sabia direito o que era abrir um pacote colorido colocado, entre tantos outros, aos pés de uma iluminada árvore de natal. Talvez por não ganhar presentes adorava dá-los. Era como se presenteasse a si mesmo. No natal fazia questão de comprar o melhor para os amigos e parentes, até aqueles que nunca lhe davam nada. Nem mesmo a alegria da presença embrulhada em qualquer papel.
Para Pedrinho, Papai Noel (o bom velhinho sempre o fazia chorar) era só o velhinho cansado que fantasiado de vermelho, barba postiça branca e literalmente de saco cheio nos shoppings e nas ruas apenas para não destruir a ilusão das crianças, principalmente daquelas que como Pedrinho nunca ganhavam presentes. Mas tinham família. Tinham amigos. Tinham alegria. Tinham esperança.
A infância sem parentes e sem presentes tinha sido muito difícil. Como difícil era agora. Mesmo assim Pedrinho nunca se deixava envenenar pela mágoa: durante toda a infância dos filhos alimentou a existência de um “bom velhinho”. O Papai Noel que se fazia inteiro e verdadeiro em forma de presentes caros. De lembranças que ficassem alegremente saudáveis para o resto da vida dos outros.
Pedrinho já tinha caminhado quilômetros entre gente feliz e vitrines enfeitadas quando percebeu que era hora do almoço. Não tinha fome: estava completamente alimentado pelas lembranças do passado e não queria parar sozinho em nenhuma mesa de bar. Não gostava de comer sozinho e até no melhor e mais caro dos restaurantes, ficava apenas olhando as famílias reunidas, os namorados abraçados ou de mãos dadas como se estivessem tomados por uma cachoeira de amor. Não tinha inveja. Olhava insistentemente porque também queria aquilo.
Caminhou, agora mais lentamente, vencido pelo cansaço. Só percebeu que o tempo tinha passado quando as ruas começaram a esvaziar: estavam todos, carregados de coloridos embrulhos, voltando para casa. Para mais uma noite feliz. Pedrinho não queria voltar para casa. Andou até escurecer. Pensava: “Quem bom se eu também pudesse ir para casa nesse clima de festa”.
Sabia que ficaria sozinho. Apenas em companhia da imagem e do som da televisão. Até tentava fazer uma pequena ceia para curtir: levava sanduíches, salgadinhos e refrigerante para a cama e ficava lá fingindo que sozinho o natal era muito melhor. Fazia força para acreditar nisso, mas a solidão era seu único presente naquela noite de natal.
Não tinha mais forças para caminhar. Estava exausto. Dizia baixinho: “Isso é bom, muito bom. Agora é só chegar em casa e dormir”
Quando chegou ao edifício em que morava a tristeza se fez mais intensa: do elevador ouvia vozes das famílias reunidas, o som do rádio tocando (“jingle bel, jingle bel”) alto, a sinceridade do alegre riso das crianças. As famílias estavam ali. Defendia-se: “Azar o delas que tem que aturar esse barulho, essa bagunça. Melhor mesmo é ficar sozinho”.
Sabia que quando colocasse a chave na porta um vazio intenso estaria ali no apartamento sem enfeites, sem ninguém, sem alegria, sem esperança. Fingia que nem era natal, mas apenas mais uma noite normal que enfrentaria. Adoraria estar com a casa cheia, iluminada, barulhenta e feliz. Mas isso era apenas um sonho, um desejo que procurava disfarçar todo o tempo.
Quando abriu a porta viu o que sempre sonhara, mas jamais imaginara pudesse acontecer. Estavam ali no mais puro e disfarçado silêncio, os filhos (tinham a chave da casa), as ex-mulheres, os irmãos, outros parentes e vários amigos. Imediatamente uma música (“bate o sino pequenino, sino de Belém, já nasceu Deus menino para o nosso bem”) passou por sua cabeça e coração. Não conteve um abafado grito de emoção:
“Papai Noel existe”
NÃO TEM JEITO: OU O
BICHO PEGA OU COME
Não é saudosismo, mas bons tempos em que se esperava ansioso pela chegada de dezembro e com o 13º salário na mão sair por aí passeando e comprando, comprando e passeando sem medo de ter a bolsa arrancada das mãos e de ser assaltado em qualquer esquina e agora também dentro das lojas e não só na hora de pagar. A triste realidade do Rio nesse mês de festas (os bandidos é que continuam fazendo a festa maior) é uma cruel insegurança que a cada dia nos oferece novos e estarrecedores números. Quem compra tem medo, quem vende também: pesquisa revela que a insegurança provocou o fechamento de 10 mil estabelecimentos comerciais nos últimos dez anos (média de mil lojas por ano), o que mostra um abandono bem antigo. Faz muito tempo que não temos a tranquilidade pela qual pagamos – e pagamos caro. Agora cada um é obrigado a buscar sua própria proteção e não é diferente com os lojistas que, como nós, mereciam ter a proteção do Estado, mas não podem contar com isso. Assim são obrigados a gastar cada vez mais com proteção particular. Os gastos já somam R$ 1,3 bilhão, ou 4% do faturamento, segundo o Clube de Diretores Lojistas. Esse ano foram gastos 10% a mais do que no ano passado e só com vigilância eletrônica (câmeras e alarmes) serão gastos esse ano nada mais nada menos do que R$500 milhões. Mesmo assim os fregueses saem amedrontados (na verdade apavorados) e na maioria das vezes preferem nem sair. Não é à-toa que aumentam os serviços de entrega em domicílio. A tendência é de que o consumidor passe a fazer suas compras pela internet. O que, convenhamos, nesses tempos de “farejadores” da informática também é um perigo. Estamos vivendo cada vez mais na base do “se correr o bicho pega, se ficar o bicho come”. Como se vê não é só Papai Noel que precisa ter saco (e bem grande) para aguentar o Natal, que já foi sinônimo de paz.
O VERDADEIRO INCRÍVEL
HUCK DA PROPAGANDA
Se pedirem para você escolher entre a Gisele Bundchen e o Luciano Huck nossa modelo mais famosa será sem dúvida a preferida. Pode ser a minha e a sua, mas não é a dos publicitários: recente pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Propaganda revela que Luciano Huck é o garoto propaganda do momento. Um em cada dez clientes prefere que Luciano seja o “avalista” de seus produtos em anúncios esporádicos ou em grandes campanhas publicitárias. O surpreendente resultado faz com que Huck deixe para trás as até agora campeoníssimas Gisele e Ivete Sangalo que na nova pesquisa ocupam a quarta e segunda colocação. A outra surpresa da pesquisa é a inclusão dos nomes da cantora Claudia Leite (3º lugar), do ator Cauã Raymond (5º lugar) e do nadador César Cielo (6º lugar). Luciano Huck agradece e vai enchendo o cofrinho: os cachês de propaganda nunca são menores do que $ 200 mil com um significativo aumento dependendo do tempo em que o comercial ou a campanha serão veiculados na televisão. Os publicitários acreditam que, por conta do sucesso da novela Viver a Vida, José Mayer deve aparecer entre os preferidos dos anunciantes em 2010.
Mais do que confirmar que é um sucesso como o mais despojado de nossos apresentadores, a liderança de Luciano mostra o quanto é importante apostar no sonho, na gente mesmo. Luciano iniciou sua carreira de apresentador pagando literalmente para ver e ser visto: comprou um minuto diário na TV Bandeirantes o programinha de apenas um minuto foi fundamental para a hoje bem sucedida carreira do mais jovem apresentador da televisão brasileira e talvez mundial. Seu jeito alegre, popular e despojado contraria todas as velhas regras de conduta de um apresentador e faz com que Luciano ganhe credibilidade entre os jovens e seja o bom filhinho que toda mamãe gostaria de ter. E ainda por cima Luciano é de um exemplar bom caráter.
SEXO É BOM E NÃO
ENGORDA. PELO CONTRÁRIO
Além de uma boa parceria ( e camisinha sempre alerta) não é preciso mais nada para fazer sexo, qualquer dia, qualquer hora.. Não é preciso nenhum motivo para praticar esse delicioso esporte do prazer, mas mesmo assim a turma do site Terra destacou cinco motivos (as observações são minhas) para que se pratique sexo todos os dias. São eles: 1) orgasmo (mesmo fingido), 2) une as pessoas (nesse caso literalmente), 3) queima calorias (melhor do que regime e exercícios fora da cama) 4) ajuda a relaxar (nem sempre), 5) é de graça e divertido ( a gente é que pensa). Pode anotar no seu caderninho, mas só para constar porque na verdade não é necessário nenhum motivo especial para fazer sexo diariamente. Basta ter a parceria certa. Às vezes nem isso.
ALERTA: NÃO SEJA UM
BRASILEIRO IDIOTA
Além de ser um instrumento essencial nos dias de hoje o computador é também uma arma poderosa e pode trazer sérios prejuízos financeiros. Fique alerta, bem alerta, com as mensagens que estiver recebendo. Tudo bem que você não goste do Lula e prefira xingá-lo em vez de defendê-lo, mas uma ofensa dessas pode custar muito caro: a CIA, que devia ter mais o que fazer, está incluindo nas mensagens ofensivas contra Lula um vírus arquivo. Se receber alguma mensagem falando em “brasileiro idiota” não abra, mesmo que ela venha de uma pessoa conhecida. A Microsoft alerta que esse é o vírus mais destrutivo que já existiu: destrói o Sector Zero do disco rígido onde as informações vitais de seu computador são guardadas. O vírus foi descoberto pela Macfee que garante que não existe ainda antivírus para ele, mas não demora muito a própria Microsoft lança o antivírus. Afinal, ela vive disso. Não seja como diz a mensagem um “brasileiro idiota”. Deixe que os idiotas continuem lá na CIA mesmo.
ALÔ POLICIA:
PRENDE O LADRÃO
Não faz muito tempo presenciei um freguês sendo preso por funcionários em um grande supermercado onde câmeras de segurança o flagraram colocando (na base do escondidinho) um alicate de unha em seu carrinho de compras que só tinha o básico (arroz, feijão, macarrão, batata e óleo). O freguês, um senhor alto e quase careca aparentando ter pouco mais de uns 50 anos de idade, foi levado para uma sala reservada onde, dizem, apanhou como um cachorro vira-lata e ficou detido até explicar direitinho o furto de um simples alicate, que certamente não custava R$50 mil,mas roubo é roubo com qualquer quantia. Agora as câmeras flagram o governador de Brasília José Roberto Arruda do DEM (Dinheiro Em Moeda) e seus assessores (asseclas seria a palavra correta) recebendo pacotes e mais pacotes de dinheiro (só vale dinheiro em moeda que é supostamente menos comprometedor do que cheque ou depósito bancário) e ninguém vai preso para explicar direitinho essa história. Talvez o senhor Arruda ( nós é que temos de usar arruda para espantá-lo das nossas vidas) também apanhasse se fosse pobre e tivesse tentado furtar um simples alicate de unhas. Nada acontece e ele, assim como seus asseclas, tem a cara-de-pau de dizer que é inocente, como se todos nós cidadãos-eleitores fossemos cegos ou idiotas. As imagens que a televisão tem mostrado repetidamente representam com perfeição como se faz e se conduz a política nesse país que na verdade não precisa mais de políticos. Precisa sim é de policias, muitos policiais, para prender os políticos que ainda estão por aí. Impunes e rindo de e nas nossas caras de idiotas.
AGORA OBAMA
TEM QUE REBOLAR
Michael Jackson sempre foi o queridinho dos fãs da música pop à qual deu mais qualidade, mas foi sua morte que acabou mostrando o quanto ele é popular e respeitado. Agora sua biografia pode incluir mais um recorde de popularidade: é o mais acessado de 2009 nas buscas do serviço Yahoo. A liderança de Jackson encerra o reinado ( na maioria das vezes escandaloso) de Britney Spears, a mais procurada. O novo recorde de Michael Jackson mostra também que pelo menos entre os internautas o presidente Barak Obama não está mais como essa bola toda: caiu do terceiro lugar em 2008 para o 44º em 2009. Talvez a popularidade de Obama aumente se produzirem um filme chamado “Obama, o quase filho dos Estados Unidos”. Assim mesmo ele terá de rebolar muito para tirar Michael Jackson, o rei do rebolado, da liderança.
MAIS UMA DE PELÉ:
FOI O PIONEIRO DO
MARKETING ESPOTIVO
Todo mundo lembra (e não há, em se tratando de Pelé, qualquer exagero com o mundo) quando antes de ser iniciada, na inesquecível Copa do Mundo de 1970, a partida do Brasil contra a Checoslováquia Pelé agachou para amarrar as chuteiras. Nenhuma chuteira estava desamarrada: o gesto de Pelé teve a única intenção de fazer com que a televisão focalizasse seus pés. Assim Pelé foi o que se pode chamar de o primeiro garoto-propaganda do futebol e o pioneiro do hoje muito explorado markerting esportivo. Começava ali uma verdadeira corrida de fabricantes para fazer com que as suas chuteiras fossem as preferidas. Pelé tinha acabado de assinar contrato com a Puma e embora essa fosse a marca que aparecia (via televisão mundial) na chuteira Pelé estava na verdade usando a sua antiga e amaciada Adidas, como contam os historiadores do futebol..
Deu certo: foi a partir do gesto ensaiado de Pelé que as chuteiras passaram a ser aliadas fundamentais dos jogadores e os fabricantes começaram a produzi-las com mais conforto. Nem sempre foi, é claro, assim: no começo os jogadores usavam botas especiais como as que foram criadas, no século 19, para as escolas britânicas. A trajetória da evolução das chuteiras conta a história do futebol que em um de seus mais famosos episódios nem precisou dos calçados especiais: foi em 1938 na Copa do Mundo da França quando Leônidas da Silva, O Diamante Negro, fez o gol salvador do Brasil contra a Polônia. Leônidas estava descalço: suas chuteiras, na época pesadíssimas botas, estavam fora de campo nas mãos da comissão técnica que tentava consertá-las porque tinham aberto o solado durante a partida.
A partir de 1958 na Copa do Mundo da Suécia as chuteiras ganharam nova tecnologia com a consolidação da borracha sintética, mas em 1954 a seleção da Hungria, liderada por Puskas, chama a atenção do mundo esportivo por conta de suas chuteiras com travas cambiáveis (eram adaptadas ao estado dos gramados) criadas pela Adias. Hoje as chuteiras ganham novidades quase que diariamente e algumas são especialmente fabricadas exclusivamente, pelo menos inicialmente, para os pés de um craque (Ronaldo Fenômeno, por exemplo, usa chuteiras confeccionadas com couro de vitelo que aumenta a maciez e a superfície de contato com a bola). Tem chuteiras de todos os tipos e todas as marcas. Mas nos pés de alguns pernas-de-pau que andam por aí não adiantam nada. Só ajudarão quando fizerem milagres.
BEYOMCÉ AO VIVO
SÓ NO CARNAVAL
Quem tinha esperança de ver a bela cantora Beyoncé, no momento a mais badalada artista americana e segundo a revista Forbes uma das artistas mais ricas do mundo, no réveillon de Copacabana terá que esperar mais um pouquinho. Ela só virá ao Brasil em fevereiro e não será surpresa se além de seus shows vier a ser atração também em um trio elétrico da Bahia ao lado de Ivete Sangalo, o que certamente fará o trio ficar mais elétrico do que nunca. Ainda não está confirmado o local em que Beyoncé se apresentará no Rio, mas já é certo que no primeiro final de semana de fevereiro estará no Morumbi, em São Paulo. Haja fôlego. E pernas que, aliás, ela tem de sobra e muito bonitas.
AIDS: AO MAU EXEMPLO
QUE VEM DA TELEVISÃO
Estudos sobre a Aids revelam que, ao contrário do que se pensa, não são os jovens os que mais se contaminam com o vírus HIV. Estatísticas confirmam que sã os adultos a partir do 40 anos e que, portanto, deveriam ser os mais responsáveis, que aumentam o número de contaminados em todo Brasil. De junho de 1980 a junho de 2009 o Brasil contabilizou 544.846 casos de Aids e registrou 200 mil mortes. Em 2009 tivemos 8.517 homens contaminados e 5.501 mulheres entre 40 e 49 anos. Mesmo assim a televisão nos dá péssimos exemplos. Na novela Viver a Vida a personagem Dora (Giovanna Antonelli) se descobre grávida, mas não sabe se o pai é Marcos (José Mayer) ou o argentino Maradona (Mario José Paz), o que significa que ambos dispensaram o fundamenta uso da camisinha na hora do bem bom. Os dois tem mais de 40 anos e são da geração que não suporta transar de camisinha e desnecessária e irresponsavelmente se expõe ao contágio. É verdade que se tivessem como deve ser uma rotina comum usado preservativo não haveria uma Dora grávida e mais um assunto para ser explorado na trama. Então é bom que fique cada vez mais claro que sexo sem camisinha é coisa só de novel e, portanto, de ficção.. Na vida real dispensar o preservativo pode ser fatal. Mesmo com o coquetel de medicamentos que prolongam a sobrevivência, mas não salvam nenhum contaminado com o vírus HIV do sofrimento e da morte. Melhor chupar a bala com papel do que, sem papel, ficar engasgado com ela. Até quando é supostamente mais doce e saborosa.
HOMEM COMECE
A TOMAR A PILULA
Os homens (e não são poucos) que só usam camisinha para evitar que suas mulheres, amantes, noivas ou namoradas ocasionais engravidem poderão acabar aumentando a estatística de infectados com o vírus HIV. Você deve estar se perguntando o que é que uma coisa tem a ver com a outra? Tem sim: esses homens, que odeiam usar camisinha, poderão dispensar o preservativo quando estiver disponível a pílula anticoncepcional masculina, que está no forno 50 anos depois da revolucionária descoberta dos anticoncepcionais femininos. Já é mesmo hora de continuar fazendo com que só as mulheres enfrentem os riscos dos efeitos colaterais causados pelos anticoncepcionais, o que se por um lado lhes dá total controle sobre sua fertilidade por outro as submete a uma espécie de ditadura da pílula (só ela se preocupa e tem de lembrar isso todos os dias) para evitar problemas maiores. O Globo publica traz a informação de que um estudo publicado na revista “The Faseb Journal” mostra que “manipular os níveis de hormônio dos testículos pode “ligar” ou “desligar" a fertilidade dos homens”. Ainda segundo o artigo o cientista descobriu como e onde o hormônio androgênio funciona nos testículos. A descoberta significa também (e essa é a melhor notícia) e a descoberta significa uma esperança para os homens que não podem ser pais por problemas de baixa contagem de espermatozóides.
Ainda é cedo para comemorar. Haja literalmente saco, mas esse tipo de estudo leva anos, muitos anos, até obter um significativo resultado final. Assim mesmo é bom começar a pensar em uma maneira de evitar que os homens joguem a camisinha no lixo porque não correrão mais o risco de “fabricar” um filho indesejado. Mas com pílula ou sem pílula haverá sempre o risco de quem não quer ser pai virar um novo filho do HIV.
PIXINGUINHA: UM
ALIVIO PARA OS OUVIDOS
O axé e pagode que tomaram conta da música brasileira (parecem ser sempre a mesma melodia com letras diferentes) são não se pode negar, ritmos divertidos (só dá para curtir em baladas), mas quem quiser ouvir música brasileira mais consistente e realmente de qualidade já tem para onde correr: está nas lojas a Caixa Pixinguinha (lançamento da Rob Digital) com três CDs (Pixinguinha no Cinema, Pixinguinha Sinfônico Popular e Pixinguinha Sinfônico) que são sem dúvida um belo passeio auditivo proporcionado por aquele que é o mais respeitado de nossos músicos populares.. A Caixa reúne 36 músicas que “revelam o amplo olhar do mestre sobre a diversidade musical brasileira. São valsas, maxixes, polcas, modinhas, macumbas e sambas que nas mãos de Pixinguinha foram transformadas em trilhas cinematográficas e em orquestrações sinfônicas surpreendentes”. Os produtores dos três imperdíveis CDs garantem que a Série Pixinguinha “é o resultado de um criterioso trabalho de pesquisa desenvolvido no acervo particular do artista com o intuito de apresentar ao público o lado menos conhecido do compositor, instrumentista e, principalmente, do arranjador”. A seleção Pixinguinha é uma versão de luxo para colecionadores (uma caixa com os 3 discos e um livreto com depoimentos e fotos). A série de Luxo tem edição limitada. Ta esperando o que para comprar?
QUE BARULHO É ESSE?
É O METALLICA NO BRASIL
Pode não parecer, mas ainda tem muito metaleiro convicto por aí e quem gosta (afinal, tem gosto pra tudo) daquele barulho que eles chamam de música a boa notícia é a confirmação da vida do Metallica ao Brasil no início de 20010. Considerada a maior banda heavy metal do mundo a Metallica vem especialmente para o lançamento de “Orgulho, Paixão e Glória – Três Noites na Cidade do México”, seu recente DVD (18 dezembro nas lojas) gravado ao vivo em junho desse ano. É claro que, além de um especial na MTV, o barulho ao vivo também acontecerá por aqui: até agora estão confirmadas apresentações da banda em Porto Alegre no dia 28 de janeiro e em São Paulo nos dias 30 e 31 também de janeiro. Por enquanto não há apresentações confirmadas no Rio, mas os cariocas não precisam se preocupar: o Metallica acaba baixando por aqui nem que seja apenas parta abafar o som dos tiroteios entre policiais e traficantes.
CUIDADO PARA NÃO
BEBER GATO POR LEBRE
O brasileiro não perde a mania de achar que tudo o que vem de fora é melhor e isso, convenhamos, nem sempre é verdade. A nova mania é consumir cerveja importada, embora a nossa “lourinha” esteja entre as cinco melhores cervejas do mundo. Recente pesquisa revela que os rótulos estrangeiros estão sendo muito procurados por conta da farra do dólar. O consumidor pode cometer um grande engano. Exemplo: a cerveja Bit Burguer, apesar de ser alemã é produzida no Brasil, mas cobra caro por ser supostamente estrangeira: cada latinha custa R$ 6,90, quantia que dá para fazer uma festa com a cerveja brasileira que como a alemã Bit Burguer também é fabricada por aqui. Brasileiro supervaloriza o que não é brasileiro e faz isso mesmo quando está fora do país. Há anos fui para Washington, EUA, e comprovei essa mania brasileira de consumir produtos estrangeiros. Entre em um bar com um amigo e ele ficou encantado com as garrafinhas de Brahma expostas na prateleira e tratou logo de pedir uma. Afinal, era uma maneira de beber cerveja importada fabricada no Brasil. Vai entender...
eli.halfoun@terra.com.br
quinta-feira, 3 de dezembro de 2009
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