As cenas da novela “Avenida Brasil” gravadas no lixão me fazem lembrar de uma hoje modelo que era catadora de lixo. Agora é mais uma prova de que nem tudo o que está no lixo é resto de objetos ou de gente. Talvez a lição da catadora-modelo nos tenha feito passar a observar melhor o que nos cerca diariamente. Se você tiver que caminhar, por exemplo, por uma feira (diante de tantos e modernos supermercados nem sei mais porque as feiras existem e muito menos como sobrevivem), caminhe procurando beleza em tudo e em todos. É sempre possível descobrir moças simples que nem o massacre da sacrificada vida diária consegue deixar feia. Tem sempre um sorriso, um olhar ou outro traço qualquer de beleza em qualquer pessoa. Beleza, seja das coisas ou das pessoas, não é exatamente a que todo mundo vê. É a que você enxerga.
A transformação de uma catadora de lixo em modelo não chega a surpreender: no sofisticado mundo da moda não são poucas as modelos descobertas atrás de balcões de lojas, nos caixas de mercados ou na indústria.
Esses exemplos mostram que na vida é preciso enxergar, muito mais do que apenas ver. Quem tem sensibilidade para enxergar pode encontrar muitas belezas (e não só físicas) para as quais geralmente a maioria das pessoas nem dá bola. É como manusear um antigo álbum de fotografias: se você enxerga descobre todo dia e na mesma velha foto, um detalhe e uma beleza diferente.
Enxergar mais do que apenas ver exercita sentidos dos quais muitas vezes nem nos damos conta. Faça isso e de repente você começará a olhar diferente para as mesmas vitrines e descobrirá novos detalhes em cada já percorrido pedaço de chão.
Em todos os momentos da vida é preciso enxergar muito mais do que ver. Afinal, quem enxerga sempre vê mais longe e mais inteiro. (Eli Halfoun)
quarta-feira, 11 de abril de 2012
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