sexta-feira, 13 de abril de 2012

CRÔNICA ----- Limites de prazer

Você liga a televisão, lê o jornal ou abre uma revista, dás uma passadinha aqui no blog e tem sempre alguém falando de colesterol, de obesidade, de doenças cardíacas. Na verdade fala-se é das limitações para os prazeres da vida para que, paradoxalmente, a vida seja mais longa. Como se viver não devesse ser sempre um grande prazer. É do bem, não se pode negar a intenção dos profissionais de saúde que se dispõe a dedicar tempo em programas de televisão para mostrar ao público que para viver mais é preciso ter novas preocupações e com elas abrir mão de alguns dos maiores prazeres da vida, exatamente os que se manifestam pelo paladar.
Diante de tantas recomendações e alertas ameaçadores criou-se uma nova e constante preocupação no comportamento diário - como se todas as outras não fossem suficientes. Na busca do colesterol saudável, de um coração menos perigoso, de uma obesidade menos agressiva estamos vivendo com um novo problema que nos rouba o prazer de uma mesa farta (o que o salário mínimo também rouba) ou de um bom papo de botequim regado a cerveja e tira-gostos gordurosos e deliciosos.
Por conta da exageradamente moderna na preocupação com o colesterol, a glicemia e outras coisas do tipo agora somos todos vigilantes do peso.
É possível, como garantem os especialistas, buscar cm o paladar prazeres que não tragam conseqüências devastadoras para o corpo e a saúde. Mas convenhamos que diante de tantas limitações fazem menos agradável o deixar a vida nos levar. Viver bem é acima de tudo viver com prazer.
Não podemos culpar os profissionais de saúde por essa excessiva preocupação. Eles tentam apenas cumprir a função de preservar a saúde daqueles que podem vir a ser seus próximos pacientes de risco.
Embora também faça algumas restrições alimentares não acredito que nossos avós tivessem essa preocupação tão intensa. Era um tempo em que não se falava em colesterol e nos hoje outros inimigos mortais do homem. Nossos avós comiam de tudo, bebiam de tudo e viviam maravilhosamente bem. Sem medo da morte.
É necessário que mantenhamos uma alimentação saudável, mas em nome de prazerosos momentos de vida não chega a ser nenhum pecado esquecer vez por outra o colesterol e outros males para curtir com imensa satisfação e sem medo os prazeres gastronômicos e etílicos da vida. Exagerar no eu é proibido pode vir a ser fatal. Viver sem prazer e com preocupações exageradas também. (Eli Halfoun)

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