segunda-feira, 23 de abril de 2012

CRÔNICA ------ Que droga

Até recentemente eram muitas as reclamações contra os Correios, que em alguns casos foram responsabilizados por uma culpa que nem tinham (exemplo: você não enviava a correspondência e depois dizia que foi Correio que não entregou. Essa correspondência que viaja de avião e de mão em mão diminui (não demora muito acabará): o Correio do momento é o eletrônico, que se por um lado permite trocar correspondência sem precisar sair de casa, por outro nos irrita tamanha a quantidade de mensagens que nos chegam diariamente, a maioria sem qualquer interesse, o que resulta em não ler e simplesmente “deletar” (“deletar” é a maior arma do usuário que não quer ser incomodado e nem vítimas de um cada vez maior número de golpes aplicados via internet. Não adianta: a caixa de correspondência eletrônica vive lotada simplesmente porque as empresas se apossam de nossos endereços eletrônicos como se fossem de uso público. Diariamente também chegam mensagens de poess0oas que não conhecemos. Tem de tudo no moderno e invasivo correio: de ofertas, passando por brincadeiras idiotas e por piadas mais idiotas ainda. Mesmo deletando tudo o que não interessa às vezes um texto pode chamar nossa atenção (cuidado, muito cuidado na hora de abrir a mensagem). Não faz muito tempo o depoimentr0o de uma jovem de 23 anos me chamou atenção: o tema era o uso da droga. O relato da jovem era contundente (já deletei) sobre o efeito devastador das drogas. A jovem assumia ser “completamente viciada” (geralmente o dependente químico não admite o vício). Dependente de cocaína desde os 14 anos de idade a hoje casada jovem, conta que para conseguir o pó de cada dia fazia de tudo. Hoje está consciente da destruição que cometeu em sua vida o que poderia tê-la levado para o buraco comum que reservado para todo o tipo de viciado. Já ouvi dezenas de depoimentos de dependentes químicos (todos se consideram capazes de parar de usar as drogas quando, quiserem o que não é verdade e nem tão fácil). Ouvi também desabafos de pais desesperados e impotentes diante da situação. São depoimentos recheados de falta de esperança, de angustia e de medo. Mesmo sem cheirar os pais estão morrendo junto com os filhos dos quais são as maiores vítimas. Vítimas de surras e de roubos. É dolorido ouvir ou ler depoimentos de dependentes químicos e de seus familiares, que convivem com suas famílias destruídas. As drogas estão levando nossos filhos. Muitas vezes para sempre. (Eli Halfoun)

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