Até quando estamos distraídos é inevitável não ouvir a conversa dos outros porque muitos não falam, gritam. Em algumas ocasiões acabamos tomando consciência de novas regras do duro jogo da vida - uma vida cruel imposta diariamente. Duas bonitas moças passeiam e conversam em um movimentado shopping e uma conta para a outra que esta desempregada há mais de um mês porque o dono da loja em que trabalhava decidiu substituí-la por uma nova funcionária que aceitou um salário menor - não tão menor, mas de qualquer maneira mais vantajoso para o patrão que sempre pensa muito mais no lucro do que nas pessoas.
Nesse jogo diário de sobrevivência o cartão amarelo ou vermelho é ameaça constante. Não são poucos os trabalhadores em qualquer atividade que acabam aceitando a absurda proposta de abaixar salário para não serem substituídos como se fossem simples objetos de decoração.
Patrão sempre alega que não agüenta as despesas diárias de seus negócios (incluídos aí muitos impostos) e não resta alternativa a não ser a de substituir quem ganha pouco, mas mesmo mais do que o novato que ganhará menos ainda.
O mais grave nesse processo é criar desemprego e com ele a falta de esperança para quem se considerava pelo menos com um emprego garantido. O cada vez maior número de propostas indecentes mostra o verdadeiro jogo da vida, o jogo dos homens. O homem passou a não valorizar os bons e experientes profissionais e a respeitar o homem. Aceita a regra do jogo quem quer, mas que alternativa buscar se não há opções? É a velha história do “se correr o bicho pega, se ficar o bicho come”.
É até compreensível que os também sacrificados patrões procurem o que consideram melhor, mas diminuir gastos não significa necessariamente sacrificar pessoas e não dar a mínima bola para a sobrevivência.
Essa regra do jogo está cada vez mais clara: estamos todos submetidos e condenados a uma cruel sentença.
O homem sempre trabalhou para manter-se de pé e sobreviver, embora sobreviver nem sempre signifique estar realmente vivo. Quando a regra é diminuir-se para garantir a sobrevivência é hora de começar a nos preocuparmos com as regras que estão sendo severamente impostas.
A sobrevivência está nos levando a pisar uns nos outros. É uma guerra que diariamente nos deixa mais feridos e sangrando. Feridos mortalmente.
Cada vez mais tentam reduzir ou até acabar com os nossos ganhos e nossos sonhos. Enquanto o desrespeito humano e profissional estiver sendo alimentado por uma brutal regra social estaremos cada vez mais ameaçados e se bobearmos e se trabalhando de graça. Quase de graça já estamos. (Eli Halfoun)
sexta-feira, 20 de abril de 2012
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