domingo, 5 de fevereiro de 2012

CRÔNICA ------ Imagem do tempo

A leitura diária dos jornais não nos surpreende. Todo dia é a mesma coisa: a política que desanda (e como), a violência que aumenta e ocupa cada vez mais espaço na mídia, a corrupção que desacredita (e muito) a política.
Não há fatos novos: é só corrupção, violência, desemprego, maldades, que se comete com os mal pagos aposentados além de mais e mais falsas promessas e falsas esperanças. Ainda assim o povo resiste heroicamente. Até quando?
As novidades impressas nos jornais estão sempre em notas pequenas e que, na maioria das vezes, nem parecem interessar tanto assim ao leitor. Recentemente, por exemplo, li uma notinha em que se afirma que aumentou em 15% o número de horas que o brasileiro fica vendo televisão, apesar do preço da energia estar nos dando choques quase mortais. Isoladamente esses mais 15% diante da televisão podem não significar absolutamente nada a não ser mais gasto de energia elétrica, mas esse número é o reflexo de muitas outras coisas.
A televisão acabou transformando-se em uma das poucas formas de lazer de uma população que, por medo e por falta de dinheiro para divertir-se, não sai mais de casa e se faz cada vez mais prisioneira de si mesmo... e da televisão - de uma televisão que vive sendo criticada e desaconselhada e que na maioria das vezes não oferece realmente nada que possa melhorar o prazer e a cultura popular. Mas se não tem outro jeito a solução é ficar vendo televisão que diante desses mais 15% de tempo que o público perde diante dela precisa também rever com urgência seus conceitos e descobrir, enfim, que sua responsabilidade é maior, muito maior, do que simplesmente a de fornecer lazer. Lazer é bom, mas também cansa. (Eli Halfoun)

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