Não é novidade ouvir a afirmação, felizmente nunca confirmada, de que o carnaval de rua está acabando. Não é o que nos mostram os blocos no Rio e em todo o país. Sem a obrigatoriedade de fazer o folião usar fantasias geralmente caríssimas e sem qualquer outra exigência que não seja a alegria os blocos se transformam em uma a cada ano melhor opção para a diversão em grupo. Os blocos (e não só os mais tradicionais como o Bola Preta do Rio) são hoje a melhor alternativa para o folião que pode pular sem coreografia previamente marcada durante horas e fazer uma festa inesquecível na qual o luxo maior é a simplicidade da diversão.
O desfile das escolas de samba, que é sem dúvida a atração maior e mais luxuosa do carnaval é hoje um espetáculo para ser visto no mundo inteiro até porque quem quer desfilar (durante não mais do que 50 minutos) por uma escola precisa pagar caro por uma fantasia desconfortável e seguir regras que são fundamentais para a organização do desfile e para uma possível vitória.
Resumindo: desfile grandioso de escola de samba é muito mais para ver do que para desfilar (cobri jornalisticamente o desfile por mais de 20 anos). Até o povão que faz parte da comunidade da escola tem dificuldade para estar entre os passistas que podem pagar (e pagar caro) por seus digamos uniformes oficiais. É por isso que as alas atraem um cada vez maior número de digamos outra vez, estranhos no ninho, ou seja, gente que só chega junto com a escola na hora de dar pinta na Sapucaí. Quem é da comunidade e está ali o ano inteiro ao lado da escola na hora do bem bom acaba quase sempre barrado no baile. Com os blocos isso não acontece: você pode chegar junto na hora que quiser e simplesmente agregar sua alegria e empolgação a de milhares de outros “bloqueiros”. São os blocos que ainda fazem o verdadeiro carnaval do povo. De graça. (Eli Halfoun)
segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012
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