segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

CRÔNICA ---- Amor, medo e emoção

Olhar revistas antigas (geralmente fazemos isso em consultórios médicos que nos deixam um tempão esperando para apenas alguns minutos de consulta) não impõe nenhuma obrigatoriedade com a atualidade da notícia. É na maioria das vezes apenas um exercício de virar páginas para olhar fotos e paginação, ou seja, o conteúdo gráfico, a bela embalagem do que está escrito. Essa é uma gostosa mania da qual ninguém abre mão em uma sala de espera (e bota espera nisso). Dia desses comecei a olha folhear uma antiga revista e uma declaração me chamou a atenção. Era a escritora Heloisa Seixas, autora de “A Porta”, falando sobre o amor, o medo do amor. Sou confesso fascinado pelos mistérios e medos que envolvem o amor. O título (“É preciso não ter medo da emoção”) fez obrigatória a leitura do texto. Em uma única e contundente declaração a escritora consegue definir a falta de amor que se faz cruelmente presente no dia a dia. Diz: “As pessoas tem medo da entrega. Minha geração tem medo do amor. Há um medo de parecer kitch, medo da entrega, medo do bolerão É a história de muita gente que conheço. Toda revolução acaba jogando fora, com o lixo, muita coisa ótima. E a geração que viveu a contracultura dos anos 60, a liberação sexual e depois a porra-louquice dos anos 70 jogou fora, junto com o ranço das relações familiares, outras coisas boas. Havia o compromisso com a política, a revolução, com tantas bandeiras que o amor e a emoção pareciam algo menor naquele contexto. Ficaram vetados, identificados com as velharias a exúrpar”.
Parece que continua sendo assim. Repare em você e veja se seu comportamento diante do amor não tem sido medroso ou envergonhado. É hora de mudar esse padrão: é preciso não ter medo da emoção. É preciso aprender a admitir e a aceitar que toda a emoção é realmente piegas (só por isso é emoção), um bolerão. O que importa? Vale a emoção - uma emoção para ser sentida e vivida. Por mais que se tenha medo não é possível fugir do amor. Portanto, o melhor é deixar o amor fluir naturalmente para descobrir que sem amor nada terá significado exato e preciso. Afinal, o amor o que equaciona todos os momentos da vida. (Eli Halfoun)

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