O prazer de votar só nos engrandece na festa maior da democracia

Eu nem precisava votar (a idade me dá essa opção de escolha), mas fui lá e votei, participando daquela que é sem dúvida a maior festa da democracia. Jamais abrirei mão do meu voto porque sei da importância que ele tem para o cidadão e cidadania e também porque na juventude briguei muito para que nos fosse devolvido o direito de votar que nos haviam roubado na mão grande. Não era o único que poderia não votar que estava diante da urna: dei de cara com muitas senhoras caminhando com bastante dificuldade (bem velhinhas) e senhores que fizeram questão do voto. A certeza de que   o voto é fundamental devolvia a cada uma dessas pessoas a alegria e praticamente mostrava que muitas vezes sacrifícios são necessários porque é em nome deles que se pode mudar muitas coisas. Confesso que estou orgulhoso de ter enfrentado com bravura uma crise de coluna que nem me deixa andar para exercer o direito reconquistado de através do voto, deixar claro que o voto é um premio, uma festa e um presente do qual em hipótese alguma abrirei mão. Cheguei na sessão eleitoral praticamente me arrastando, mas depois do dever cumprido, saí andando com menos dificuldade e com o prazer de ter exercido o direito pelo qual tanto briguei assim como muitos outros brasileiros. É sempre assim: por maior que seja o sacrifício vencer a dor é ter a certeza de que é sempre possível seguir em frente. Sei que meu voto não mudará nada no país e que tudo continuará como está. Não importa: como fiz em toda a minha vida estou tentando mudar. Minha desilusão com a política e os políticos é tão imensa quanto a da maioria dos brasileiros, mas nem assim dá para desistir de continuar lutando por uma democracia sólida que ainda faz do dia da eleição, a festa maior e mais importante desse país. Exercer em qualquer situação o dever de cidadão é reacender todo dia a luz de esperança que sempre brilhará nesse país. Portanto, viva o meu, o seu, o nosso voto. (Eli Halfoun)