O telespectador de uma maneira geral sempre
acha que é fácil interpretar um gay em novela: bastam alguns trejeitos, caras e
bocas, excesso de maquiagem e uma mão nervosamente desmunhecada e pronto: lá está
o protótipo de gay que construímos como imagem. O trabalho não é tão simples
assim. Basta sair um pouco do limite para que o personagem se transforme em uma
ridícula caricatura homossexual. A Xana construída por Ailton Graça em
“Império” mesmo tentando falar com voz de mulher e não conseguir segurar a mão
é um trabalho exemplar. Aílton Graça dá um show de interpretação porque está
conseguindo fazer com que Xana seja vista com humanidade e sem preconceito. Xana
é a mãe de todos em seu segmento na novela, o que é um aspecto até comum (nunca
o percebemos na vida real que agora o autor Aguinaldo Silva faz ganhar as
dimensão necessária ao mostrar que gays na vida real ou não ficção não são
apenas personagens festivos,mas que tem
sempre muito amor para dar (independente da opção sexual) com uma intensidade
de amor e compreensão que é difícil de encontrar em que tem medo de revelar a
grandeza de um sentimento de amor solidário, que é o que o mundo mais precisa
nos cruéis e covardes dias de hoje.
Aliás, os personagens gays estão
deixando de ser vistos pelo público apenas como divertidos graças aos
excelentes trabalhos de entre outros Ailton Graça como a Xana e Luiz Miranda
que transformou a Dorothy de “Geração Brasil em um dos melhores e mais
aplaudidos trabalhos da novela. Vai ser difícil, muito difícil, não incluir o
nome dos dois atores na relação de melhores do ano. (Eli Halfoun)
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