segunda-feira, 7 de maio de 2012

O sertão está virando mar para navegar nos tempos modernos

A morte (aos 91anos ninguém morre - simplesmente vai embora) de Tinoco coloca outra vez em discussão a música sertaneja, especialmente a atual que de sertaneja não tem nada, embora quase todos os seus intérpretes sejam do interior do Brasil). Gosto musical é individual e, portanto, não se discute e nem se explica. De qualquer maneira é muita má vontade (para não dizer preconceito) não reconhecer que a moderna música sertaneja tem bons cantores, mesmo com a obrigatoriedade das duplas como se fosse impossível fazer sucesso solo e até boas canções, que estão mais para outros gêneros do que para caipiras. Tinoco foi um dos últimos representantes da música caipira, que muitos insistem em chamar de música der raiz como se música fosse capim. O estilo que Tonico e Tinoco, (primeira dupla de sucesso do gênero) transportaram do meio do mato para a cidade grande não existe mais simplesmente porque tudo no mundo evoluiu. Os caipiras de hoje possuem modernas aparelhagens de som e, portanto, tem acessão aos novos ritmos musicais que certamente os estão influenciando no velho “interiorzão” onde não cabem mais o cigarro de palha (agora só com filtro) e a simplicidade para cantar e compor de uma forma absolutamente igual em quase tudo e quase sempre. A música dos caiporas modernos evoluiu e chegou até as universidades ganhando o nome de sertanejo universitário. Não é exatamente (como querem os mais radicais) a música sertaneja em sua essência, mas representa o crescimento de uma população do mato que como a música também evoluiu e conquistou espaço nas universidades. Pode até ser pior para a música de raiz, mas é sem dúvida muito melhor para uma população que vivia perdida e esquecida no meio do mato. (Eli Halfoun)

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