domingo, 13 de maio de 2012

CRÔNICA ------- Falsas promessas

Na ingenuidade da infância nem bem entendíamos as coisas ( muitas coisas continuo sem entender) e já ouvíamos falar que “promessa é dívida”. Hoje é dúvida. Houve tempo em que era mesmo dívida e para a maioria das pessoas valia mais do que a assinatura em qualquer documento. Eram tempos em que os homens eram mais sinceros, mais honestos e certamente mais felizes porque não costumavam carregar tantas culpas. A promessa deixou de ter importância porque passou a não ser cumprida, perdeu credibilidade e se perdeu num amontoado de palavras que já não fazem sentido. Pode-se dizer que a desmoralização da promessa começou, com os políticos que jamais fizeram o que se comprometeram e se comprometem a fazer. As falsas promessas fazem parte do cotidiano de todos nós e provocam muitas decepções. Quem faz uma promessa, seja lá de que tipo for, cria expectativa e esperança. A promessa não cumprida é sempre frustrante e cruel: destrói sonhos, destrói planos, derruba vidas. Mesmo desacreditada a promessa ainda faz com que se espere muito dela. É quase sempre a certeza da salvação e quando não cumprida, o que acontece quase sempre é que enterra esperanças e cria uma dor que é de uma crueldade absoluta. Promessas são feitas diariamente e confirmam que perderam completamente o sentido, a generosidade. Tem gente que promete por prometer porque não tem a menor intenção de cumprir, de fazer valer o que diz. A promessa está desacreditada. A palavra dos homens também. Quem foi vítima de uma falsa promessa deve ter aprendido o quanto é importante pensar bem antes de prometer qualquer coisa. O não cumprimento da promessa é na certa decepção e sofrimento. Não prometa nada se não puder cumprir: não prometa uma simples bala para uma criança e deixe de levar. As mais inocentes promessas também criam enormes desilusões. Muitas vezes quem promete tem a intenção de ajudar, criar esperança, de manter inteiro o sonho do próximo. Esse tipo de esperança pode durar algum tempo: assim os sonhos continuam a ser construídos, mas o não cumprimento da promessa acaba fazendo um estrago muito maior. É fundamental não perder a esperança, mas é necessário não acreditar em qualquer promessa. Promessas não podem continuar sendo só um amontoado de palavras. Falsas promessas são um crime. E deviam dar cadeia (Eli Halfoun)

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