sábado, 5 de maio de 2012

CRÔNICA ---- Em nome dos pais

Se existe alma coisa que carregamos para o resto da vida, além de ex-mulher, é o nome. A escolha do nome da qual não participamos (se participássemos certamente muita gente mudaria de nome) pode significar algumas vantagens e muitos problemas: alguns nomes transformam-se em verdadeiros pesos na bagagem da vida. É importantíssimo que os pais saibam escolher os nomes para os filhos – nomes que não os levem na infância, na adolescência e quando adultos a se envergonharem de dizer e muito mais de ouvir. Ninguém gosta de ser chamado em voz alta, especialmente quando estás em qualquer fila (e esse é o país das filas) pelo nome que geralmente odeia. Nomes esquisitos e estranhos costumam ser recebidos como uma verdadeira ofensa por quem os carrega Conheci muita gente que odiava o nome, caso da moça que conheci na juventude e que carregava na identidade um Gasogênia, - nome do qual não sabia a origem e muito menos o motivo para tão estranha e absurda escolha. Torcia para que lhe colocassem um apelido, mas o máximo que conseguiu foi ser chamada de Gaso até porque de gênio ela não tinha absolutamente nada. Sempre que um amigo a chamava em voz (alguns faziam de propósito) alto ela se ofendia e se escondia: gritar Gasogênia em público parecia sim uma ofensa e o nome sempre arrancava risos, de muita gente até de quem tentava disfarçar a gargalhada. Ainda são muitos os pais que insistem em brincar com o nome dos filhos e não tomam o mínimo de cuidado com o nome que o filho carregará pelo resto da vida e que poderá ser sempre motivo de brincadeiras e de momentos extremamente desagradáveis. Conheci também um Eustórgio e um Petrucio que por sorte tiveram filhas e só por isso não utilizaram os nomes como herança. Tinha também um Pretextato (com X mesmo) e que ousou colocar o mesmo nome no filho. Torci para que o menino ficasse conhecido apenas como Júnior e o Pretextato só aparecesse em raros, mas sempre inoportunos momentos. Como acontece com o Júnior, que sufocou o Durval herdado do pai, o cantor Xororó. São milhares os nomes (quase ofensas) estranhos que se espalham por todo o Brasil e se no interior do país não se pode exigir, por falta de informação e cultura, a escolha de um nome certo para os filhos nos chamados grandes centros os pais que brincam de escolher o nome dos filhos podem estar (mesmo que não tenham consciência disso) determinando um futuro. Por isso mesmo é necessário fazer um trabalho de esclarecimento e conscientização para que os jovens pais saibam como é importante - muitas vezes decisivo - saber escolher acertadamente o nome dos filhos. Com nome errado qualquer um pode senti-se filho da ou de qualquer coisa. (Eli Halfoun) .

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