César Maia entra na corrida eleitoral do Rio para perder. Em política perder é sempre ganhar

Aquela velha demagogia de que “o importante é competir” e não vencer está sendo usada para a política. É o que fica claro quando se lê o grande número de candidatos e respectivos partidos que entram na disputa sabendo que perderão nas urnas (podem até ganhar alguma coisa por fora) e ainda assim entram no chamado pleito porque acreditam (nem acreditam tanto) que o importante é competir. Dentro dessa filosofia a eleição para a sucessão de Sergio Cabral no governo do Rio tem candidatos que como se diz popularmente não dão nem para a saída. Agora é o vereador César Maia quem confirma (como aqui foi antecipado) que será mesmo o candidato do DEM ao governo do Rio. Maia é um político escolado, sabe que não tem chance de ser eleito e nem quer isso: em entrevista ao Globo disse que só espera conquistar 10% de votos para reforçar a eleição de deputados do partido. Também confirmou que o DEM não pretende apoiar Eduardo Campos ou Aécio Neves: o partido tem plano de lançar a candidatura presidencial de Ronaldo César Coelho, ou seja, de mais um garantido perdedor nas urnas. Por enquanto e segundo as pesquisas, o sucessor de Cabral será um dos prováveis (já se ala também em Bernardinho como candidato do PSDB) quatro candidatos considerados mais fortes: Anthony Garotinho, Luiz Fernando Pezão (fica mais difícil com o apoio de Cabral) e Lindbergh Farias, que muitos já consideram praticamente eleito, embora as pesquisas dêem preferência ao nome de Anthony Garotinho. O Rio não merece errar duas vezes. Em São Paulo também tem muita gente famosa em busca de mandatos, ou seja, bem pagos empregos públicos. O ex-deputado Celso Russomano, por exemplo, acha que conseguirá no mínimo um milhão de votos para reeleger-se pelo PRB (o partido de Edir Macedo) como deputado federal e assim abrir caminho para seu sonho maior que é a prefeitura de São Paulo. Depois de Fernando Haddad A cantora Sula Miranda também quer ser deputada federal pelo PRB - São Paulo, ainda o sonho da ex-modelo e apresentadora Nani Venâncio, que mesmo tendo amargado a não eleição quando se candidatou à vereadora acredita que agora poderá ser deputada federal no bloco do PRB. Pelo visto em eleição perder é sinônimo de ganhar. Não precisa ser exatamente em número de votos. Mesmo que seja rejeitado na urna o candidato sempre espera ganhar alguma coisa negociando principalmente sua candidatura. (Eli Halfoun)