sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Uma obra incomoda muita gente, reclamar incomoda muito mais

Bom mesmo é reclamar. É assim que caminha a humanidade sempre insatisfeita por conta de um olhar pessimista do qual não consegue ficar livre. Durante anos os cariocas reclamaram que a Perimetral construída como solução para o trânsito, o que nunca chegou a ser, escondia algumas das belezas históricas da cidade. Agora a reclamação se volta para a demolição dessa mesma Perimetral que já na primeira implosão deixou novamente aparentes os prédios históricos e culturais da sempre Cidade Maravilhosa. É evidente que a demolição da Perimetral está incomodando e atrapalhando muito quem é obrigado a circular de carro e mesmo a pé pelo centro histórico do Rio. Não temos paciência para esperar pelas belezas e benefícios prometidos com o novo espaço que se abrirá na cidade. Quando tudo estiver pronto e funcionando aí sim ficaremos entusiasmados e agradecidos pelo novo. Acontece o novo (e não em relação a obras) sempre tem um custo alto além do material: incomoda e assusta muito, mesmo que não seja uma obra tão gigante como a demolição da Perimetral e a criação de um novo e fundamental espaço para o Rio. Obras são uma espécie de tortura lenta e barulhenta com a qual não conseguimos conviver nem mesmo em casa. Se você precisa fazer um pequeno reparo na cozinha ou no banheiro a casa inteira sofrerá com a sujeira, o entulho e a lentidão de iniciar uma nova fase na casa.L. É impossível fazer qualquer obra sem fazer barulho e bagunça. O preço do novo é sempre grande e é sempre também um preço que não queremos pagar, embora seja necessário. O novo espaço no centro do Rio terá de enfrentar ainda muitas reclamações, insatisfações (foi assim com as obras do hoje elogiado Metrô), mas no final concluiremos que valeu a pena. Agora já se fala também na possibilidade de no futuro demolir o viaduto Paulo de Frontin outra obra faraônica que nunca foi bem explicada, também escondeu parte da cidade e nem serviu ao contrário do que anunciou e se esperava para muito em matéria de mobilização urbana. Não adianta reclamar: temos mesmo de conviver por um grande período com todos os incômodos que qualquer obra impõe. Então, só reta manter o otimismo da esperança de que no futuro tudo estará bem melhor. (Eli Halfoun)

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