Opinião pública não perdoa. Agora advogados julgam Joaquim Barbosa

Na vida ninguém é herói ou bandido por muito tempo. É o que começa a acontecer com o presidente do STF Joaquim Barbosa ameaçado até com a possibilidade de um pedido de impeachment. Considerado um verdadeiro herói por sua atuação à frente do julgamento do mensalão (há quem acredite que se não fosse seu empenho o julgamento nem teria acontecido) Barbosa passou a ter conduta julgada e condenada diante da prisão dos mensaleiros e principalmente do descaso com que viu a doença de José Genoino. O até recentemente inatacável Barbosa passou a ser o alvo de críticas como a do advogado (professor de Direito da PUC há quase 40 anos) Antonio Bandeira de Mello que em entrevista ao jornal O Dia, do Rio, disse com todas as letras: “Joaquim Barbosa é um homem mau, com pouco sentimento humano”. O professor se refere claramente a forma como o ministro conduziu a prisão de Genoino e diz mais: “Acho que é mais um problema de maldade. Ele é uma pessoa má. Falo sem nenhum preconceito com a pessoa dele pois já o convidei para jantar na minha casa. Mas o que ele faz é simplesmente maldade”. As críticas ao presidente do Supremo ganharam apoio de juristas, intelectuais e lideres petistas que subscreveram um manifesto condenando a postura de Barbosa, ou seja, a segundo O Dia, “ação supostamente arbitrária do ministro na prisão dos condenados no processo do mensalão seria passível de um processo de impeachment”. Segundo o professor Bandeira de Mello o fato de Barbosa ter mandado para o regime fechado pessoas que haviam sido condenadas ao semiaberto e a expedição de mandados de prisão em pleno feriado da Proclamação da República sem as respectivas cartas de sentença (emitidas 48 horas depois) contrariam a legislação e poderiam motivar o afastamento de Barbosa. Estava na cara que as críticas aconteceriam e quem me acompanha aqui no blog sabe que escrevi alertando para o fato da opinião pública ver em Genoino doente um mártir e não um réu quer está pagando por um crime que, segundo ele, não cometeu. Não importa: a sentença foi dada, precisa ser cumprida, mas é preciso tomar muito cuidado para que os condenados não passem a ser vítima de uma Justiça supostamente mal conduzida pelo menos nesse caso. O fato pé que o ministro Joaquim Barbosa tido pela população como o salvador da pátria (já o queriam Presidente da República) não está livre como qualquer um de nós ao julgamento humano e a dança de opiniões que o dia a dia propicia na opinião dos homens. É certo que Barbosa terá de rever (está revendo) alguns comportamentos. Julgamentos não são feitos apenas com as leis. É preciso que o coração do homem também fale. E fale mais alto. (Eli Halfoun)