sexta-feira, 29 de novembro de 2013
Televisão brasileira não precisa copiar nada de ninguém
Afinal, qual é a da televisão brasileira? Sabemos todos que a maioria dos programas aqui exibidos são licenciamentos ou simplesmente cópias piratas de atrações de emissoras americanas e inglesas principalmente. A impressão que fica é a de que nossa televisão parece não ter a menor capacidade para criar programas, de preferência atrações que falem mais a linguagem do brasileiro. É só preguiça: profissionais brasileiros são perfeitamente capazes de ocupar o vídeo com novidades, ou seja, não é preciso copiar ninguém. Copiamos simplesmente porque é aparentemente mais fácil e mais barato e também porque o público tem aceitado bem qualquer cópia, por mais barata que seja. Ao vencer duas categorias do recente prêmio Emmy (o Oscar da televisão) mostra uma vez mais que quando deixam sabemos sim, criar e vender bons produtos e não só televisivos. A premiação de Fernanda Montenegro como atriz por sua atuação em “Doce de Mãe” não chegou a ser surpresa. Fernanda é uma atriz maravilhosa, ainda a melhor do país e tem o talento conhecido e reconhecido até por quem vive no interior do país com bolsa família, que lhe permite até ter um aparelho de televisão e, portanto, acesso aos talentos artísticos brasileiros e a informação sobre tudo o que acontece no mundo. A também premiada novela “Lado a Lado” só o que o mundo já sabe: é no Brasil que se criam e produzem e as melhores novelas do mundo. O prêmio de “Lado a Lado” só surpreendeu porque a “novela “Avenida Brasil” de tanto sucesso era considerada uma barbada. “Lado a Lado” foi o reconhecimento maior de dois estreantes autores (João Ximemes Braga e Claudia Lage) e do brasileiro e competente trabalho de reconstrução de época que nos ensinou a história do país da forma mais adequada de ensinamento, ou seja, divertida e através de imagens (o que a memória cerebral não guarda a memória visual nunca esquece). Prêmios como os agora e novamente conquistados são motivos de orgulho, mas nem por isso a televisão deixará de continuar copiando o que é de fora. Copiar não é nenhum crime desde que seja uma cópia assumida e produzida com qualidade. Em tempo: só vale copiar o que é bom. (Eli Halfoun)
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