Na maioria das vezes não sabemos aonde queremos ir e nem se vamos chegar a qualquer lugar. Mesmo assim a vida moderna nos faz tão absurdamente apressados que já nem temos tempo para curtir as coisas, vivenciá-las por inteiro para saber o que realmente são.
A pressa imposta pelo progresso e pela velocidade nos faz acreditar que apressadamente ficará mais rápido e fácil acumular informações (informações talvez sim, mas sabedoria não), mas não permite que nos reste tempo para pelo menos pensar no tempo. E assim tenhamos um tempo para o tempo. – não exatamente o tempo o das horas marcadas pelo relógio, mas sim e fundamentalmente o tempo de nós mesmos.
É tão absurda essa pressa moderna que o hoje que mal se iniciou já é ontem. Está tudo ficando superado, inclusive nós, tão depressa que o futuro não é mais o amanhã. É logo mais. Talvez agora. Imediatamente. A pressa moderna nos faz superados a cada segundo, a cada instante.
Se você abrir agora a caixa do aparelho eletrônico que acabou de comprar descobrirá no instante em que estiver abrindo o pacote caixa que o aparelho recém comprado está superado: um mais moderno tomou imediatamente o lugar do aparelho que você acabou de adquirir e ainda nem usou.
Na pressa do tempo não há nada novo. Está tudo velho um segundo depois de ter sido dado como novo.
Estatísticas mostram que estamos vivendo mais tempo. Estamos mesmo? Ou será que criamos uma corrida no tempo? Uma forma de conhecer mais coisas e ainda assim saber cada vez menos. Ou não saber nada.
A corrida em busca de novas e modernas descobertas, especialmente as tecnológicas, está sem que percebamos nos roubando o tempo até do amor: os casais já não se agüentam por muito tempo. As pessoas se conhecem, acham que se compreendem, mas se agüentam cada vez menos tempo. Vai ver é por isso que estamos apressadamente nos matando uns aos outros.
Eu quero (certamente você também quer) ter tempo de aprender com a vida, de conhecer as coisas em sua totalidade. Saber quer o que aprendi e percebi agora não acaba ou acabará um instante depois. E o que amei foi amor mesmo, sentido, profundo. Não um passatempo.
Tudo bem quer as coisas evoluam rapidamente, mas sempre será tempo de conquistar e de nos permitir um tempo para que realmente conheçamos a coisas e nos conheçamos. Do contrário chegaremos ao fim muito depressa. (Eli Halfoun)
quarta-feira, 7 de dezembro de 2011
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