sábado, 24 de dezembro de 2011

CRÔNICA ------- Aprendendo a viver

Experimente: um dos maiores prazeres da vida é o da leitura (não precisa ser compulsivamente, mas apenas prazerosamente). A leitura é a maneira perfeita e talvez a mais completa de enriquecer e não necessariamente de dinheiro. Os livros nos permitem viajar em muitos sonhos. Jornais e revistas nos informam, nos orientam e muitas vezes nos oferecem belos textos, ótimas crônicas. Vale ler até bula de remédio (embora essas devessem ficar restritas aos médicos para evitar a perigosa auto-medicação e em conseqüência mais problemas de saúde).
Ler é fundamental como também se faz fundamental criar o maravilhoso hábito da leitura, mesmo quer seja na base do devagar e sempre. Nada nos ensina mais termos de vida do que uma boa leitura e também uma boa conversa até as que acontecem acidentalmente com um desconhecido, mas é a leitura que nos acrescenta mais experiências e a felicidade de sonhar.
Todos os livros sempre têm uma experiência para mostrar ou no mínimo uma boa lição para dar muitas vezes em uma única frase ou comentário. Em qualquer lugar sempre haverá um livro para nos entregar (e ensinar) coisas interessantes e inteligentes.
Conversas, mesmo com estranhos, também podem ser enriquecedoras e animadores. Quer um exemplo? Dia desses embarquei em um táxi e imediatamente começou uma quase sempre inevitável conversa com o motorista, um senhor experiente que nem deveria mais estar trabalhando porque certamente já tinha dado sua cota de trabalho ao país que jamais devolve em aposentadoria o que recebeu.
Conversa vai, conversa vem comentei que estava indo fazer um exame médico porque tinha sido vítima de um câncer de mama (do qual felizmente estou curado). Apesar de experiente e bem informado o motorista ficou admirado e intrigado porque como a maioria dos homens nem sabia da existência do câncer de mama masculino (abro um parêntesis para perguntar por que não se faz campanhas de prevenção contra o câncer de mama em homens). O motorista fez muitas perguntas e acabei informando que a falta de orientação médica preventiva acontece para o câncer de mama masculino só acontece, segundo estatísticas, em 1% de homens no mundo. O motorista limitou-se a um comentário: “por que o senhor não joga na loteria? Pode ser que caia também no 1% que costuma ganhar uma bolada”.
O aparentemente ingênuo comentário foi uma lição de otimismo e me mostrou que é sempre possível aprender com uma simples conversa. Descobrir lendo e conversando, que se pode (e deve) enxergar todas as situações com uma visão diferente e pra cima. Existe sempre pelo menos 1% de otimismo, de esperança, de alegria, de lucidez e de felicidade em tudo e para tudo na vida. É vivendo conversando e lendo que se aprende a viver. (Eli Halfoun)

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