Não é de hoje que as novelas incluem em suas tramas temas e personagens que vivem e discutem o homossexualismo. Agora o assunto, que é hoje uma discussão de toda a sociedade, ganhou mais espaço, ou seja, não faltam homossexuais nas novelas. Vejamos:
1 - Em “Insensato Coração” a discussão é em torno do medo do personagem Eduardo assumir a sua opção sexual, ou seja, a nítida preferência pelo mesmo sexo. O assunto está sendo tratado cm respeito e com delicadeza mesmo porque essa e uma difícil situação enfrentada por muitos homens sem coragem de, como se diz popularmente, “sair do armário”.
2 – “Cordel Encantado não mostrou ainda nenhum cangaceiro que esteja mais para Maria Bonita do que para Lampião, mas não sei não: aquele general chatinho e certinho quer pega do pé do rei Augusto, não engana ninguém. Só falta um empurrãozinho para ele pegar na espada.... dos outros.
3 – É um “Morde e Assopra” que aparece o destaque maior com o excelente trabalho de André Gonçalves como Áureo. Mesmo tendo criado um personagem “afetado”, André não descambou para a caricatura e trata de Áureo com respeito até nos momentos em que o personagem descamba para a comédia, o que às vezes é inevitável diante de tantos trejeitos. A discussão mais importante proposta com o personagem Áureo é a da aceitação familiar: ele precisou fugir de um noivado de aparência e da cidadezinha limitada em que vivia para poder assumir o que realmente é e sempre foi. A questão colocada na novela fica clara ao mostrar a vergonha dos pais e não exata e necessariamente a vergonha de ter um filho gay, mas sim a vergonha do que “os outros vão pensar” (no caso da novela os eleitores do pai-prefeito). Essa me parece ser a restrição maior que os gays ainda sofrem diante de suas famílias, que até aceitam (e apóiam) o filho gay, mas tem pavor que os outros saibam. É uma burrice: de uma forma ou de outra todos acabarão sabendo. Afinal, ser gay não é pecado e nem opção. Apenas é e pronto. (Eli Halfoun)
quarta-feira, 29 de junho de 2011
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