quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Uma despretensiosa letra de música que virou poesia

Embora tenha uma vasta experiência de vida e de jornalismo jamais tive pretensões literárias, mesmo que meu prazer maior seja escrever, o que já me rendeu três livros (um de contos eróticos, que será lançado breve, outro de crônicas e o terceiro de poesias). Na verdade nunca me pareceram poemas e sim uma tentativa de letras música. Mas na opinião de muitas pessoas são poemas, sim. Até acreditei quando uma foi publicada na Antologia Poética que o escritor e poeta Waldeck de Almeida edita todos os anos na Bahia. É essa:



Nós dois, um só

Minha boca na tua boca
Respirando o teu corpo
Minha língua como uma bússola
Traçando o teu perfeito caminho
Do ouvido para o pescoço
Descobrindo todo o dorso

Ofegante, cada vez mais quente
Vai descendo de mansinho
Abrindo todo o caminho
Sem medo de se perder
Na certeza de se achar

As mãos acariciam, macias
Era isso o que faltava
Era isso o que querias

A língua volta pra boca
Para a minha e para a sua
Depois desce carinhosa
Até encontrar o teu ventre

O ventre só já não basta
De bruços
Um novo desenho no mapa

Mais gemidos, mais arrepios
Tudo ardendo, mas não de frio

E a gente se perde nos lábios
Nos de baixo e nos de cima

Estamos molhados
Escorrendo amor

Tuas mãos hábeis e ágeis
Me pedem que descubra
Todo o resto

Estou dentro de você
E nós somos um só
Descubro-te
Cubro-te de prazer

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