A conquista da Copa pela seleção
alemã foi de inteira justiça. A Alemanha apresentou o melhor futebol em uma
Copa que surpreendeu pela qualidade de seleções nas quais ninguém levava a
menor fé e na derrota de um Brasil antes consagrado e que sofreu o maior vexame
de sua história. A hora é de começar a escrever imediatamente uma nova história
já que dos 23 jogadores brasileiros convocados agora em 2018 na Copa da Rússia se a gente chegar lá não terão
mais idade e provavelmente nem futebol para disputar uma nova Copa. O momento
do Brasil é de ficar de olho no futuro e não só no futebol. Felipão já está
fora e é mais do que necessário encontrar imediatamente um novo e competente técnico
para que não percamos tempo como, aliás, sempre fizemos. A Copa deixou boas lições
que precisamos aprender e desenvolver. O prêmio ao futebol da Alemanha não pode
ser contestado por ninguém nem mesmo pelos argentinos que chegaram muito mais
longe do que realmente esperavam.
Se houve justiça na conquista alemã não me parece
que a mesma justiça tenhas sido praticada na escolha de Lionel Messi como o
melhor jogador do torneio. Messi é craque, mas em nenhum momento nessa Copa
mostrou o brilhante futebol que o consagrou como o melhor do mundo. Não que
tivesse estado muito ruim, mas em nenhum jogo foi muito bom e acima da média. A
impressão é que seu prêmio não chegou a ser de consolo, mas foi uma maneira de
premiar o esforço de um atleta que deve ter atuado todo o tempo em condições
físicas abaixo das que a qualidade de seu verdadeiro futebol realmente precisa.
De olho no futuro precisamos estar atentos aos avanços técnicos e físicos que o
nosso Neymar, a grande esperança para 2018 precisará ter e mostrar.
Talvez seja até o momento de convocar
mais jogadores que atuam no Brasil para que tenhamos um futuro garantido dento
de casa. Aliás, para mim a Copa do Mundo teria mais graça se fosse assim: só
jogadores que atuam nos países competidores (e não os que lá nasceram) poderiam
ser convocados para a competição. Os craques (quase todos) que jogam em outros
centros deveriam ter um número limitado porque continuam sendo cidadãos dos
países em que nasceram, mas não são mais os craques desses países. Messi, por
exemplo, não é um craque da Argentina. É craque da Espanha, mesmo tendo nascido
na Argentina. Robben é craque, mas também não é um craque da Holanda, onde nasceu,
mas um craque o futebol inglês. Para que os países voltem a ter craques atuando
em seus campos é preciso criar mecanismos para que ganhem ainda cedo a
experiência das grandes competições e dos grandes times de seus próprios
países. Do contrário a Copa do Mundo será sempre uma salada mista de jogadores
que não tem muito nada a ver com os países em que nasceram. Nem que para isso
seja necessário criar uma Copa paralela.
(Eli Halfoun)
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