domingo, 20 de julho de 2014

Falta de final feliz dividiu o público no final de "Em Família"


Ganhar ou perder faz parte da competição que envolve qualquer esporte assim como agradar ou desagradar é parte de qualquer programa de televisão, principalmente as novelas que mobilizam um grande público durante meses vivendo e discutindo o dia a dia dos personagens aos quais muitas vezes o espectador s integra e o acompanha como se fosse uma pessoa intima - e é porque entra todas as noites em nossas casas para mobilizar a atenção e as conversas.
O recente final de “Em Família” não escapou desse esquema: agradou a uma boa parte do público e desagradou outra boa parte. Todo mundo sabia que o personagem Laerte iria morrer e que, portanto, não haveria nenhum tradicional final feliz para o digamos principal casal da novela. O público sentiu falta do final feliz, que, aliás, deixou de ser obrigatório em novelas faz tempo. A verdade é que a tal felicidade passou longe da maioria dos personagens durante quase toda a trama. Ninguém era inteiramente feliz na novela: cada personagem carregava uma infelicidade explicita. Como se só a infelicidade fizesse parte da vida. A única personagem que pareceu feliz todo o tempo foi Chica que sempre soube dar a volta por cima e enxergou a vida com um sorriso embora as lágrimas também fossem necessárias.

 Houve época que o final de qualquer novela era feliz e juntava os sofridos casais em um “the end” que era o esperado e que talvez por isso deixasse todos (personagens e público se não felizes pra sempre felizes com o final da novela. A felicidade não é mais obrigatória  para encerar um folhetim: a cada vez mais constante de se aproximar da realidade  modificou o rumo que as novelas tinham para encerrar a história com um apaixonado beijo que de certa forma mostrava que o fim era um novo começo.Durante o desenrolar dos capítulos de “Em Família” foi possível perceber nitidamente que o tal e tão esperado e apaixonado final feliz não aconteceria da maneira  que o público se acostumou a ver e a gostar. Não há nada de errado nisso quando se  abre que a vida real não é feita todo o tempo só de felicidade e quando se sabe também que mesmo depois de momentos de profunda angustia e tristeza a vida continua, precisa continuar. Foi o que o autor deixou muito claro ao fazer seus personagens seguirem a vida normalmente.  Essa é a vida como ela é. (Eli Halfoun)

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