domingo, 13 de novembro de 2011
Uma obrigação moral que virou manchete de jornal
As coisas estão (sempre estiveram) tão desonestas no país que uma atitude decente como, aliás, deveriam todas e de todos, ganha ares de raridade, até porque de certa forma é mesmo. O policial (PM) que recusou a literalmente milionária proposta do traficante Nem passou a merecer espaço na mídia, foi condecorado e virou um herói nacional, o que demonstra uma vez mais que o povo anseia por honestidade. O policial merece sim elogios, aplausos e reconhecimento. Só tem recebido isso porque agir com honestidade virou coisa rara no país em todos os setores da vida. Com relação a conduta policial que deveria ser sempre exemplar, o que mais se sabe é que a maioria dos fardados (os não fardados também) não age como deveria. O policial honesto da vez nada mais fez do que agir como manda o figurino da vida. Virou uma louvável exceção porque não se vendeu para um bandido. Honestidade não e virtude. É obrigação que infelizmente poucos (bem poucos) exercem. Pelo que se percebe no noticiário seria fácil para o policial embolsar a fortuna oferecida por Nem sem que ninguém tomasse conhecimento e nada: ninguém sabia que o traficante estava covardemente escondido no porta-luvas do veículo que o conduzia para uma assustada e covarde fuga, que é como costumam agir os bandidos valentões na hora do "pega pra capar". Do tão elogiado episódio o mais importante é saber que nem todos se vendem, mesmo que seja por um milhão de reais. O exemplo do policial que cumpriu com dignidade seu papel de cidadão serve principalmente para nos lembrar diariamente que honestidade não é qualificação (muito menos virtude) para colocar no cartão de visitas. É a obrigação maior que devemos ter com nosso próprio caráter. Quando se tem caráter. (Eli Halfoun)
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