sexta-feira, 18 de novembro de 2011

CRÔNICA ----- Medalhas de vida

Diariamente a vida nos ensina pelo menos uma grande lição, mesmo que nem sempre percebamos isso. Agora ela vem dos jogos paraolímpicos. É difícil que qualquer um não se sinta incomodado cada vez que um atleta paraolímpico (e o Brasil vai bem na competição) recebe uma medalha. Os prêmios nos orgulham, portanto, não é o prêmio o que em situação desconfortável. O que nos incomoda mesmo é descobrir a cada premiação o quanto perdemos tempo reclamando de tudo e como somos fracos para enfrentar qualquer obstáculo que a vida nos impõe. Os atletas paraolímpícos podem e devem ser vistos como verdadeiros heróis. Desafiam o ponto básico do esporte que é o de ser absolutamente saudável para participar de qualquer modalidade esportiva que exija esforço físico. Esses maravilhosos atletas limitados fisicamente nos mostram diariamente que é sempre possível (e necessário) seguir em frente para vencer mesmo com sacrifício qualquer obstáculo ou desafio.
Cada vez que um atleta que em princípio não reunia (agora reúne) condições de ser atleta recebe uma medalha (sempre um prêmio maior ao seu esforço e grandeza do que por ter vencido uma prova esportiva) pare e pense nas pequenas coisas das quais vivemos reclamando. E que de tanto reclamar as faz maiores do que realmente são. Nós é que sempre fazemos nossos problemas ficarem maiores simplesmente que achamos mais fácil reclamar e fraquejar do que enfrentá-los.
A medalha que um atleta para olímpico recebe também é uma medalha que você receberá não exatamente em forma de um objeto, na vitória maior que conquistar toda vez que enfrentar com garra e coragem qualquer desafio diário. Os jovens que alimentam as competições dos jogos pra olímpicos são também os que nos abastecem de entusiasmo e de força para conquistar as vitórias da vida. Mesmo que sejam mínimas sempre serão vitórias.
Ao nos mostrar que a deficiência física pode deixar de ser um problema para transformar-se m busca de vida (mesmo limitada) saudável e feliz, escrevem páginas exemplares para quem (a maioria) prefere reclamar e virar vítima da vida do que descobrir que a existência é muito mais inteira do que qualquer suposto limite.
É com esses jovens atletas que precisamos aprender a vencer. Não exatamente e apenas competições esportivas, mas tudo o que a vida possa permitir especialmente a esperança-certeza de que a vitória está sempre ao nosso alcance. Em tudo.
O que esses jovens e limitados (limitados?) atletas recebem não são simplesmente medalhas esportivas. São medalhas e vida. Uma vida que para eles vale ouro. (Eli Halfoun)

Nenhum comentário:

Postar um comentário