quarta-feira, 16 de novembro de 2011

CRÔNICA ------- Em busca do amor

A ciência procura exaustivamente a cura para o câncer, a solução definitiva para a Aids; a economia busca fórmulas financeiras que possam facilitar a vida de todos; os governos procuram (ou fingem procurar) maneiras de melhorar a vida do povo. Em cada setor, em cada ser humano a necessidade da busca, da descoberta, das definições é uma presença constante, mas a grande procura do homem é (e será) sempre a do amor. Mas o que é mesmo o amor?
Poetas procuram definir o amor - esse sentimento que pode até variar de pessoa e de intensidade, mas que ainda não encontrou a sua verdadeira definição. A interrogação que envolve o amor parece ser a mais intensa e definitiva busca do homem que raramente percebe que o verdadeiro amor é aquele que a gente carrega dentro de si e do qual, portanto, pode dispor na hora quer quiser e da maneira que melhor entender. É difícil perceber o amor quando de uma maneira geral ele funciona (e é infelizmente na maioria das vezes) como uma troca: “só dou meu amor, seja do jeito que for se receber amor qualquer coisa em troca”. Esse é quase sempre o mecanismo que, mesmo inconsciente, funciona em cada um de nós. Até para que o amor não seja um sentimento de doação inventou-se que amor dói. Amor (pense bem) não dói, não machuca, não emagrece (diz-se popularmente que as pessoas emagrecem por amor), não mata. Amor faz falta e, portanto o que dói não é o amor é isso sim a ausência dele. Em todos os momentos e sentidos.
Amar alguém perdidamente (nesse amor que envolve homem e mulher, ou melhor, que envolve o contato físico entre duas pessoas) ao contrário do que canta a música popular e ao que escrevem os poetas, não dói mesmo: o que dói, repare bem, não é o amor que você está entregando (ou querendo entregar): a “dor” é provocada pelo amor que você não está recebendo o tal do amor não correspondido e, portanto, ausente em uma das partes. Nesse caso a tal da dor do amor é resultado da falta do amor que você gostaria de receber tanto quanto tem para dar. Na verdade essa quase sempre angustiada busca da definição do amor (como se um sentimento assim precisasse de alguma explicação) é que não nos faz perceber que todo o tempo, o tempo todo estamos cercados de amor, o nosso e o dos outros.
Não adianta buscar definições. Talvez o melhor seja aprender, perceber e aceitar o amor nas várias formas de amor que a vida tem pra nos dar. Com amor. (Eli Halfoun)

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