Os chamados programas policiais exibidos na televisão ou incluídos em emissoras de rádio atraem um bom público, mas não estou nesse time que acha crimes e outras barbaridades uma atração. Hoje é quase impossível fugir de programas policiais porque a violência e a crueldade humana que tomam (cada vez mais) conta do mundo estão transformando todos os noticiosos em programas policiais: fugir dos fatos é ignorar a realidade o bom jornalismo não pode e não deve fazer. Não tem como escapar e vez por outra damos de cara com um programa policial: fiquei diante do espetaculoso “Brasil Urgente” e3, desculpem a franqueza, me deu vontade de vomitar (chorar foi inevitável) diante da notícia, exageradamente explorada de todas as formas, de que um jovem pai drogado matou o filho de dois anos de idade a socos, sem que o menino tivesse feito algo que justificasse nem mesmo um “puxãozinho de orelhas”. Agressões contra crianças indefesas não se justificam de forma nenhuma e a que tirou a vida de um menininho muito mesmo. Tenho certeza de que o menino covardemente assassinado pelo insano pai não foi (e é) o único a sofrer agressões diárias de pais e mães em todo o mundo. Foi de machucar a alma assistir a uma crueldade sem limites. Que dirá procurar explicações. Não adiante dizer simplesmente que a culpa é da droga. Também é, mas mesmo drogado só chega a esse nível de crueldade porque já tinha a personalidade deformada antes de entregar-se e ser dominado pela droga. Já era uma droga humana.
O lamentável crime que me machuca quando nele penso é mais um importante e urgente alerta para a necessidade de tratar dos doentes (os viciados) e de impedir de todas as formas a circulação de qualquer tipo de droga. A droga está promovendo uma guerra e é com ações de guerra que deve ser enfrentada. (Eli Halfoun)
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