Uma das principais características do homem é ser um “reclamão” e mesmo quando não tem do que reclamar, o que é raro, arranja alguma coisa. Uma das mais constantes reclamações é contra a rotina
Reclamamos todo o tempo que a rotina é muito chata (e é), que tudo na vida é quase sempre igual e nem percebemos que reclamar todo o tempo, essa sim, uma chatíssima rotina. Uma rotina qual não se costuma reclamar (e não reclamamos porque estamos em ritmo de festa) é a chegada do novo ano.
É tudo sempre igual: fazemos um monte de planos, mas geralmente nada fazemos para que os planos e sonhos, se concretizem. Todo início de ano muita gente promete e até jura, que não vai mais beber e logo no primeiro dia do ano toma um homérico porre par curar (sempre a mesma desculpa) da ressaca da bebedeira do último dia do ano e que seria o último porre.
O que é muito chato mesmo, uma insuportável rotina, é começamos o ano já sabendo como será: a corrupção se fará presente; a guerra também; políticos continuarão prometendo para, como sempre, não cumprir; os hospitais serão cada vez mais uma espécie de porta aberta para o inferno; não haverá vaga nas escolas públicas para nossos filhos ; o salário mínimo e as aposentadoria continuarão miseráveis e assim por diante. Tudo sempre igual.
O fim de ano nos massacra também com “previsões” que não servem e não acertam absolutamente nada, mas de qualquer maneira é muito ruim começar o ano acreditando em “previsões”. Previsões feitas por astrólogos, videntes de todos os tipos, umbandistas e por aí vai são sempre as mesmas e nesse jogo de adivinhação geralmente não acertam absolutamente nada. Tudo sempre igual.
Nesse aspecto é até muito bom que seja tudo igual porque, pense bem, seria terrível iniciar o ano sem a perspectiva de esbarrar com nenhuma novidade: os que se acham no direito de fazer previsões, estabelecem verdades que na verdade eles mesmos não conhecem.
Acredita em previsão quem quiser, mas a melhor previsão que cada um de nós pode fazer para nossos momentos do novo ano é, como diz o samba, deixar a vida nos levar. Só assim existirá a possibilidade de futuro, de ir em frente sem medo de nada, muito menos do futuro. Futuro só é futuro quando é novidade, quando não está programado e quando não faz – e não deve fazer – parte de nenhuma previsão. Só deixando a vida caminhar (e com ela nos levar) escaparemos da rotina da qual reclamamos tanto. Do contrário será tudo sempre igual. Não é isso que esperamos e queremos para 2012 e sempre. Em todos os sentidos e aspectos. (Eli Halfoun)
sexta-feira, 11 de novembro de 2011
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