“Hoje a noite é jovem; da morte, apenas. Nascemos, imensamente” as duas últimas linhas do “Poema de Natal” escrito por Vinicius de Moraes em 1960 nada tem a ver com as frases feitas repetidas todos os anos na época do Natal. Por isso talvez reflitam com mais sinceridade o verdadeiro espírito de renascimento que a festa maior dos cristãos representa ou deveria representar.
A noite de Natal é a do renascimento. Não só o de Jesus Cristo. É a noite em que todos nós, cristãos e não cristãos temos a oportunidade de renascer para um mundo novo no qual a paz, o amor (sem amor não existe paz), a solidariedade e todos bons sentimentos que insistimos em sufocar em nossos corações, façam uma morada definitiva. O mundo precisa e espera isso.
É o Natal que pelo menos uma vez por ano liberta nossos corações para permitir mostrar tudo o que realmente sentimos, queremos e precisamos cada vez mais. Só o Natal tem o poder de fazer com que só os bons sentimentos tenham vez em nosso comportamento. Nem que seja apenas por poucos dias, mas suficientes para nos mostrar quer podemos sim viver todo o tipo de amor com plena capacidade de amar. Lembre-se agora, movido por esse sentimento de amor arrebatador, que o feliz natal que você deseja hoje pode ser um feliz dia a ser desejado e conquistado em todos os momentos do ano. Afinal, amor não precisa de data marcada para existir e ser mostrado.
O que tem acontecido e cada vez mais é que tudo de bom que desejamos agora ao próximo esquecemos assim que o Natal termina e voltamos a sufocar um amor imenso e intenso que precisa de espaço (especialmente e também no coração dos outros) para sobreviver fraternal e amigavelmente durante os 365 dias de todos os anos.
O presente material nem é tão importante assim, que você está dando agora pode ser o melhor presente diário se for distribuído bem forma de compreensão, de ajuda e de união. A sabedoria popular costuma dizer que a união faz a força. A união do amor concentrada no Natal é as força maior capaz de fazer os homens caminharem para a frente finalmente unidos pelos mesmos desejos, pelas mesmas esperanças. Unidos pelo amor maior - e o amor maior é que o que carregamos no peito e temos medo de mostrar com a verdade do coração. É essa a verdade maior que o Natal deixa fluir para ensinar que é sempre tempo de renascer para a vida. De construir o mundo melhor que tanto desejamos, mas temos feito pouco para conseguir.
Não é necessário enterrar as frases feitas e repetidas no Natal; não é preciso desembrulhar o presente e nem é obrigatório esquecer o desejo de feliz Natal que repetido anualmente, mesmo que na maioria das vezes seja apenas por educação e da boca pra fora.
Tudo isso faz parte, mas o que o Natal mostra fundamentalmente é a possibilidade de fazer Natal o ano inteiro, desde que o sentimento amoroso e solidário de hoje não seja esquecido amanhã. Natal é muito mais do que uma festa. Natal é uma vida. Uma vida que como tantas vidas depende e precisa de nós se aprendermos a nascer imensamente todos os dias. Intensamente. (Eli Halfoun)
terça-feira, 8 de novembro de 2011
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