sábado, 13 de novembro de 2010

CRÔNICA -- Solidão a dois...ou mais

Uma das mais constantes reclamações do homem especialmente de quem vive sozinho é a solidão. Nem sempre estar sozinho significa exatamente estar só ou ser um solitário. A grande solidão (aquela que raramente percebemos e aceitamos) é a interna e independe de companhia. Formar um casal e morar junto não significa necessariamente afastar e eliminar a solidão. Na maioria das vezes mesmo quando estamos acompanhados (na verdade nos fazemos acompanhar por alguém) a solidão se faz maior e mais intensa: a solidão mais cruel é a que sentimos até quando estamos rodeados de amigos e familiares. É essa solidão interior que precisa ser entendida e vencida.
Um velho e muito usado ditado popular diz que “antes só do que mal acompanhado”, o que só é verdade em parte. Quem não consegue conviver com a suposta solidão estará sempre só e mesmo assim mal acompanhado.
É fundamental fazer do eu sozinho um prazer e se possível uma festa. A mesma sabedoria popular costuma garantir quem que tem vida interior jamais está só. A afirmação popular tem lógica: preencher a solidão com a própria vida é a única maneira de realmente deixar de se castigar emocionalmente com o que se considera solidão. Nem sempre morar com alguém significa estar acompanhado. Provavelmente é por isso que os homens precisam do boteco para o papo com amigos e as mulheres precisam dos shoppings para ver e serem vistas. Em muitos casamentos nunca se deixa de estar so9litário: estar solitário: muitos casais apenas ocupam o mesmo espaço, o que aumenta a solidão e cria uma quase incontrolável necessidade de sair, Correr para a rua em busca de companhia para enganar a solidão que é interna e intensa.
Essa é uma corrida louca e desnecessária: deixa a impressão do estar acompanhado, mas continuamos sozinhos.. A solidão está ali presente porque está plantada dentro de cada um de nós.
A “janela” que a informática abriu para o mundo é sem dúvida uma excelente, mas perigosas, válvula de escape para que se sente só e, portanto, solitário. Estar só nem sempre é estar e ser solitário.
“Viajar” pelos sites que nos colocam aonde bem entendermos ou conversar via chat, com alguém que não conhecemos não representa absolutamente nada se a solidão estiver aberta como uma ferida dentro de nós. O papo através da internet pode raté ser gostoso e divertido, mas não é real. É mais uma mentiras porque conversamos com uma máquina sem o fundamental olho no olho.
Os ótimos recursos que os avanços tecnológicos nos disponibilizam são suficientes p0ara por fim a solidão. Definitivamente a única maneira de acabar com a solidão é descobrir que existem várias pessoas dentro de nós.
A solidão só termina quando fazemos uso de nossas próprias vidas e prazeres.

Nenhum comentário:

Postar um comentário